quarta-feira, 13 de julho de 2011

Idade cronológica e maturação será abordado na disciplina "crescimento e desenvolvimento" do nosso NEFCS

O curso de Bacharelado em Educação Física do NEFCS está completando 1 ano de existência. No próximo semestre, a turma que iniciou o nosso NEFCS estará cursando o terceiro período. Neste período, será o ferecida a disciplina "CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO". Para tanto, iremos ressaltar os trabalhos de grandes pesquisadores brasileiros que trabalham com esta temática, a citar o Prof Go Tani da Ed Física da USP e a Profa Simonete Pereira da Ed Física da URCA. Da mesma forma que iremos conhecer as pesquisas que estão sendo realizadas em outros países como Portugal através do Prof José Maia e Moçambique com o Prof Antônio Prista. Iremos também conhecer os trabalhos pioneiros do Prof Robert Malina (EUA) e do Prof James Tanner.

À propóstio, estamos enviando aos estudantes um artigo da Profa Simonete Pereira que revisa os aspectos da maturação biológica. Este artigo foi publicado na Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2010, 12(5):352-358. site http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/view/14282/13130. Este é um artigo que voces não podem deixar de ler.





Franz Boas (1858-1942), um dos fundadores da Auxologia Moderna, salientou, no seu tempo, que a idade cronológica não era o melhor indicador para identificar o timing (momento em que ocorre um dado evento maturacional) e tempo (ritmo com que esse evento se manifesta) nas alterações que se verificam em diferentes características biológicas. É de entendimento generalizado, que o timing e tempo dos diferentes indicadores de maturação biológica são independentes da idade cronológica. Num grupo de crianças do mesmo sexo e idade cronológica, ocorrem variações na idade biológica ou na maturidade alcançada, i.e., as crianças apresentam trajetórias próprias em direção ao estado adulto, o que lhes confere estatutos maturacionais distintos, comumente denominados de ‘avançado’, ‘normal’ e ‘atrasado’.

A avaliação da maturação biológica é uma prática comum na área da Medicina e da Auxologia Desportiva. No domínio das Ciências do Desporto, o seu uso tem sido variado, de que destacamos: identificar o timing do salto pubertário e idade no pico de velocidade da altura; estimar a velocidade de crescimento e previsão da estatura adulta3; descrever e interpretar o significado da variação da maturação esquelética em função da idade cronológica. Na literatura, são referenciados os seguintes sistemas: maturação esquelética, sexual, somática, dentária e bioquímica/hormonal. É unânime considerar que a maturação esquelética é o melhor sistema para avaliar a idade biológica e o estatuto maturacional de uma criança ou jovem. São bem conhecidas as mudanças na forma, tamanho e densidade do osso durante o crescimento, o que permite a sua avaliação e atribuição de significado, em termos de “distância”, relativamente ao estado adulto ou maturo. As mudanças que ocorrem em cada osso desde o início do seu processo de ossificação até à morfologia adulta são uniformes e ocorrem de modo regular e irreversíve. A estimação da idade óssea de uma criança ou jovem exige uma elevada precisão. Embora os métodos disponíveis apresentem alguma facilidade operacional, é exigido do avaliador o conhecimento minucioso das especificidades do método e fundamentalmente, uma considerável experiência prática. O controle e a qualidade dos resultados de avaliação são os pilares de qualquer pesquisa científica. Esta processologia não está publicada em livros de texto nem artigos no espaço lusófono da Educação Física e Ciências do Desporto. Decorrem, daqui, os objetivos do presente artigo: apresentar os procedimentos metodológicos utilizados na estimação da idade óssea em crianças e jovens; descrever o método Tanner-Whitehouse 3 (TW3)5 e esboçar os resultados de um treinamento para a reprodutibilidade do método em crianças e jovens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário