sábado, 1 de outubro de 2011

Diferença sobrepeso e obesidade juvenil


Os termos "sobrepeso" e "obesidade" são freqüentemente usados como se fossem sinônimos, mas não são. Ambos denotam excesso de peso corporal mas a obesidade é um estágio mais avançado que o sobrepeso. As definições de obesidade e os critérios para se determiná-la dependem muito do método usado para sua determinação. O ideal seria medir ou avaliar a percentagem de gordura corporal por meio da prega cutânea, do peso do corpo submerso na água, ou de técnicas de absorciometria por raio X com dupla energia (DEXA). O excesso de 30% de gordura corporal é geralmente usado como critério para indicar a obesidade.
Na ausência de ferramentas para se estimar a percentagem de gordura corporal, usa-se medidas mais simples de peso e altura. O índice mais usado para definir a presença de sobrepeso e obesidade, baseado em peso e altura, é o Índice de Massa Corporal [IMC = peso (kg) dividido pela altura ao quadrado (m2)]. Para adultos, IMC de 25-29 kg/m2 indica sobrepeso e IMC = 30 kg/m2, obesidade. Entretanto, esses pontos de corte não são válidos para crianças e adolescentes. Baseados em dados de mais de 97.000 indivíduos de diversos países, os pontos de corte para adolescentes são menores que os de adultos e são ainda menores para crianças (Cole e col., 2000). Por exemplo, o ponto de corte para um adolescente de 15 anos é 28 kg/m2 e para um garoto de 8 anos, 23 kg/m2. Os pontos de corte para sobrepeso nessas faixas etárias são 23 e 18 kg/m2, respectivamente.
Apesar da popularidade do IMC, deve-se ter em mente que esse índice não diferencia uma pessoa cujo excesso de peso corresponde a um excesso de gordura corporal daquela onde o excesso deve-se à presença de mais massa magra. Este inconveniente é principalmente relevante para atletas, cujas massas muscular e magra podem variar significativamente. Para esse grupo, deve-se tentar medir a percentagem de gordura corporal.
O objetivo deste artigo é descrever, resumidamente, o rápido aumento da obesidade em crianças e adolescentes, resumir os resultados de trabalhos sobre as possíveis causas dos níveis epidêmicos da obesidade juvenil, e rapidamente discutir as abordagens com relação à prevenção e ao tratamento dessa doença. A maior parte dos trabalhos que trata do aumento da prevalência da obesidade usaram o IMC.
Autores: Leslie Bonci

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

II ENCONTRO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E NUTRIÇÃO

PROGRAMAÇÃO DO II ENCONTRO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E NUTRIÇÃO

Manhã:
8:30 – Abertura
9:00 às 9:30 – Palestra de Abertura
“Origem Desenvolvimentista da Saúde e da Doença: Novos Conceitos”
Carol Góis Leandro (Núcleo de Educação Física e Ciências do Esporte – CAVUFPE)

9:40 às 10:10– Programação perinatal pela desnutrição e músculo esquelético.
Ana E l i sa Tos cano (Núc leo de Enfermagem – CAV-UFPE)

10:20 às 10:40 – Coffee Break

10:50 às 11:20 – Programação perinatal e o controle central do balanço energético
Sandra Lopes de Souza (Departamento de Anatomia - UFPE)

11:30 à s 12:00 – Efei to da suplementação com hormônio do crescimento: Doping e Risco à saúde
Sonia Doi (Uniformed Service University of the Health Science)

12:10 às 13:50
Apresentação de Pôster

Tarde:
14:00 – 14:30 – Papel da glutamina na regulação da síntese e degradação de
proteínas no músculo esquelético: modelos experimentais
Tania C. Pithon-Curi (Faculdade de Educação Física - UNICSUL)

14:40 – 15:10 – Neurociência da percepção e atenção em jogos esportivos coletivos.
Marcus Vinicius C. Baldo (Instituto de Ciências Biomédicas - USP)

15:20 às 15:40 – Coffee Break

15:50 às 16:20 – Atividade física, aptidão física e estado nutricional de
crianças moçambicanas.
Anto n i o Manuel Pr i s ta e Si l va
( U n i v e r s i d a d e Pe d a g ó g i c a d e Moçambique)

16:30 às 17:00 – Aspectos genéticos da Atividade Física. José Antônio Maia (Faculdade de Desporto – Universidade do Porto)


17:00 - Encerramento

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ASPECTOS HISTÓRICOS DA CINEANTROPOMETRIA - DO MUNDO ANTIGO AO RENASCIMENTO

Com a evolução humana, surgiram as semelhanças e as diferenças provenientes da
herança genética influenciada pelo meio ambiente, onde se desenvolve cada indivíduo e, a partir
deste, uma variedade de formas, tamanhos, proporções, constituição, função, etc. A antropometria
possui sua origem na medicina ou na biologia, e nas artes plásticas. O Velho Testamento, o Talmud
Babilônio, o Midrashin e tratados da civilização da Índia fazem referências à forma, proporções e
estatura da figura humana. Estudiosos como Empedócles, Sócrates e Hipócrates se preocuparam
por estas relações e criaram várias classificações de um modo ideal de homem. Polyklitus, escultor
grego, representou a forma masculina ideal a partir da superposição de partes anatômicas de vinte
indivíduos. Arquimedes, com seu princípio do fenômeno da flutuação fez com que hoje em dia se
utilize sua teoria para o cálculo da composição corporal através da densitometria. Outros como
Leonardo da Vinci, Michelangelo e Leone Alberti estavam preocupados por estabelecer um tipo de
beleza ideal. Vesalius começa a discutir e refutar as teorias de Galeno. Nessa época a antropometria
emerge como uma nova especialização científica. Borelli explica o trabalho muscular em termos
físicos. Suas obras são válidas na representação das bases estruturais da cineantropometria. Elshaltz
utiliza pela primeira vez no seu sentido contemporâneo o termo antropometria.

Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Volume 2 – Número 1 – p. 106-110– 2000

domingo, 25 de setembro de 2011

Leptina e exercício físico aeróbio: implicações da adiposidade corporal e insulina*

RESUMO
Atualmente, a obesidade pode ser classificada como uma pandemia
e suas conseqüências vão desde o diabetes mellitus até a
doença cardíaca. Tanto fatores genéticos como ambientais contribuem
para isso, porém, em humanos, o componente genético
ainda é pouco definido. Com a clonagem do gene ob de ratos e do
seu receptor, foi descoberta a leptina, o “hormônio da saciedade”.
A leptina é secretada, principalmente, pelo tecido adiposo e
reflete a quantidade de gordura depositada no tecido adiposo de
um indivíduo. Entretanto, diversos fatores influenciam sua expressão
e síntese, tais como jejum, atividade simpática, exercício físico
e alterações no balanço energético. Os efeitos da atividade
física aeróbia sobre esse hormônio ainda não estão muito claros,
visto que existem muitas contradições na literatura sobre sua possível
ação na regulação da leptina. Estudos transversais sugerem
que as concentrações plasmáticas de leptina não são alteradas
após uma sessão de exercício aeróbio. Entretanto, se o esforço
físico for extremo, como em uma ultramaratona, na qual há um
balanço energético negativo, induzido pela atividade física extenuante,
ocorre diminuição dessas concentrações. Além disso, exercícios
de longa duração (≥ 60 min) parecem estar associados à
diminuição tardia das concentrações de leptina, aproximadamente
48h após a atividade, provavelmente em função de um possível
desequilíbrio energético. Em relação aos estudos longitudinais,
após o treinamento aeróbio, alguns autores não observam alterações
na leptina plasmática, outros encontram alterações em função
apenas das alterações da adiposidade e, por fim, alguns estudos
observam diminuição da concentração plasmática e/ou expressão
de leptina, independentemente de alterações da massa gorda.
Tal fato sugere que haja outro, ou outros, fatores, além do
conteúdo de gordura corporal, que modulam a diminuição das concentrações
plasmáticas de leptina após o treinamento aeróbio,
sendo a insulina a principal candidata a tal modulação. Dessa forma,
esta revisão aborda os principais aspectos do hormônio leptina,
sua ação, função e regulação, associação com a insulina, além
dos efeitos do exercício físico agudo e crônico na síntese e secreção
da leptina, e possíveis implicações da insulina e adiposidade
em função desse estímulo.

Fabiana Braga Benatti1 e Antonio H. Lancha Junior. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 13, Nº 4 – Jul/Ago, 2007