quinta-feira, 16 de junho de 2011

Disciplina de Estudos Práticos Altetismo/Ginástica convida professores e funcionários para uma aula de ginástica laboral

Prezados colegas,

A disciplina de Estudos Práticos I (Atletismo / Ginástica) do curso de bacharelado em Educação Física tem o prazer de convidá-los a participarem de uma atividade de Ginástica Laboral no dia 17 de junho (a partir das 08h).
A prática será desenvolvida pelos próprios alunos do curso no hall de entrada do prédio do CAV.
Esta ação tem o intuito de que nossos alunos possam tratar na prática, com professores e funcionários do CAV, os conteúdos abordados durante o semestre.
Servirá também para aperfeiçoar e qualificar sua atuação profissional.

Contamos com a colaboração e presença de todos.

Um abraço

Marco Fidalgo
Prof Adjunto I do Núcleo de Educação Física
Centro Acadêmico de Vitória - UFPE

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Bochecho com carboidrato pode melhorar desempenho de maratonistas

Na minha visita ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFAL, conheci um grupo de estudantes de educação física e nutrição liderados pelo Prof Dr Adriano Eduardo Lima. Tivemos um encontro científico para discutirmos os projetos de pesquisa que podem ser realizados em colaboração com o nosso grupo aqui da UFPE. Embora todos os projetos apresentados pelo Prof Adriano na área de treinamento físico e desempenho tenham sido muito interessantes, um deles me chamou a atenção em especial. Pode o bochecho de carboidrato melhorar o desempenho de atletas?

Abaixo, algumas curiosidades sobre este assunto:

Os atletas podem aprimorar seu desempenho em sessões intensas de exercícios, em cerca de uma hora, simplesmente enxaguando a boca com uma solução de carboidratos. Nem mesmo precisam engolir. Para controle do experimento e evitar o efeito placebo, os cientistas usaram uma solução de água e um derivado de amido sem sabor, chamado maltodextrina.
Como funciona?
Parece que o encéfalo consegue detectar a presença de carboidratos na boca, mesmo aqueles sem sabor. Os sensores são diferentes daqueles para o doce, e estimulam o encéfalo a responder, incitando o atleta. Muitos atletas dependem de bebidas açucaradas para mantê-los em movimento. Porém, muitas vezes, quando o sangue é desviado do estômago para os músculos trabalhando durante exercícios intensos, bebidas ou alimentos causam cãibras estomacais. Assim, um enxaguante de carboidratos pode ser uma forma de obter o mesmo efeito. Você pode obter vantagem ao enganar seu cérebro, disse um descobridor do efeito, Matt Bridge, professor de ciência de treinamento e esportes na Universidade de Birmingham, na Inglaterra. Seu cérebro diz ao corpo: ¿Carboidratos estão a caminho. Com essa mensagem, músculos e nervos se preparam para trabalhar com mais força e por mais tempo. É um efeito relativamente pequeno, afirmou George A. Brooks, pesquisador de exercícios da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que não estava envolvido na pesquisa. A descoberta teve início com algumas revelações intrigantes, na década de 1990. Até então, cientistas do exercício pensavam saber por que era indicado comer ou beber carboidratos durante um evento de longa duração, como uma maratona. Os músculos podem usar seu glicogênio, a forma de armazenamento da glicose, durante sessões longas de exercícios. Porém, se os atletas consomem carboidratos, eles podem proporcionar uma nova fonte de combustível para seus músculos famintos. Essa teoria previa que os carboidratos não surtiriam efeito de desempenho em corridas mais curtas, de uma hora ou menos. Os músculos não conseguiriam esgotar seu glicogênio tão rápido, e quando o corpo metabolizasse os carboidratos pelo combustível, a corrida já estaria quase terminada. Apareceram, então, um punhado de estudos mostrando que os carboidratos davam resultado em sessões mais curtas de exercícios. Atletas, muitas vezes ciclistas treinados, pedalavam com mais força e velocidade por uma hora após tomarem ou uma bebida contendo carboidratos, ou uma que tinha o mesmo sabor mas continha um adoçante artificial. Em sessões intensas de exercícios durando mais de meia hora, os atletas eram capazes de atingir maiores velocidades ¿ ou manter o exercício por mais tempo ¿ quando haviam bebido a solução com carboidratos. Seu desempenho melhorava até 14%. Alguns estudos, porém, não encontraram nenhum efeito. E a diferença parecia ser que os atletas com fome demonstravam um desempenho aprimorado. Isso não fazia sentido. Poderia o corpo, de alguma forma, metabolizar os carboidratos nas bebidas e colocá-los em uso em tão pouco tempo? Asker Jeukendrup, fisiologista de exercícios da Universidade de Birmingham, e colegas, resolveram testar essa ideia. Eles pediram que os ciclistas fizessem o mesmo percurso, mas que antes enxaguassem a boca com a solução de maltodextrina (ou, como controle, com água). Os resultados foram incríveis. Enxaguar a boca com carboidratos surtia o mesmo efeito que bebê-los. Enquanto isso, neurocientistas descobriram que cérebros de roedores, pelo menos, respondiam a carboidratos em suas bocas independentemente de sua resposta ao doce. Em seguida, Bridge e seus colegas de Birmingham usaram imagens funcionais de ressonância magnética para determinar se a glicose, que tem o sabor doce, teria o mesmo efeito no cérebro que a maltodextrina, de carboidratos sem sabor. Eles também testaram adoçantes artificiais para comparar. Os resultados de exames do cérebro confirmaram os resultados do estudo de exercícios: carboidratos ativam áreas do cérebro envolvidas com recompensas e atividade muscular. Os adoçantes artificiais, não.

O Prof Dr Adriano Eduardo Lima da Silva é Graduado em Educação Fisica, com mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2005) e doutorado em Biodinâmica do Movimento Humano pela Universidade de São Paulo (2009). Atualmente é professor Adjunto I da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal da Alagoas (UFAL), atuando nos cursos de graduação (nutrição) e pós-graduação (mestrado em nutrição). Responsável institucional pelo convênio entre a Universidade Federal de Alagoas e a Universidade de Victoria-Australia. Em 2011 recebeu o prêmio Endeavour Research Fellowship do governo Australiano, um dos mais concorridos na Australia e no mundo.


Parabens ao Prof Adriano Eduardo e ao seu grupo de pesquisa da UFAL. Em breve, o Prof Dr Adriano Eduardo estará visitando o Núcleo de Educação Física e Ciências do Esporte do CAV-UFPE.

Voces já ouviram falar no Prof Bengt Saltin?

Professor Bengt Saltin é um dos maiores experts na área de fisiologia do exercício. Sua linha de pesquisa é voltada para o efeito do exercício físico sobre a saúde e o desempenho. O Dr Saltin tem cerca de 500 artigos publicados e mais de 150 revisões na área de fisiologia do exercício pesquisando desde a expressão gênica até a morfologia do músculo cardíaco e esquelético. Seus estudos permitiram o avanço na fisiologia do exercício por descrever de forma pioneira a base genética das ciências dos esportes (particularmente maratonistas e corredores de velocidade). Também demonstrou a relação entre inatividade física e diabetes. Atualmente, Dr Bengt Saltin é o diretor do Copenhagen Muscle Research Centre, o maior centro de pesquisa em fisiologia humana do mundo.
Em 2002, o Dr Saltin foi homenageado pelo Comitê Olímpico Internacional com uma medalha de ouro pela sua contribuição na área de ciências do esporte. Em 2004, foi eleito por unanimidade no Congresso Mundial de Atenas como o “Aristóteles da Fisiologia Humana”.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ciência e Esporte IX - EXERCÍCIO x DIETA x RISCO DE DOENÇAS

Efeitos do exercício físico na expressão e atividade da AMPKα em ratos obesos induzidos por dieta rica em gordura. Rev Bras Med Esporte. 2009, vol.15, n.2, pp. 98-103.


INTRODUÇÃO: A ingestão de dieta hiperlipídica é um fator de risco singular no desenvolvimento de resistência à insulina e diabetes do tipo 2. OBJETIVO: O estudo investigou os efeitos do exercício físico na expressão e atividade da AMPKα em ratos obesos. MÉTODOS: Foram utilizados ratos Wistar, aleatoriamente divididos em quatro grupos, que receberam dieta padrão de manutenção (grupo controle) ou dieta hiperlipídica (DHL) (grupos sedentários e exercitados), por período de quatro meses. Dois diferentes protocolos de exercícios foram utilizados: exercício agudo ou crônico de natação. O teste de tolerância à insulina foi realizado para estimar a sensibilidade à insulina. Os níveis protéicos da AMPKα e do GLUT4 e também de p-AMPKα e pACC no músculo esquelético dos ratos foram determinados através da técnica de Western blot. RESULTADOS: O teste de tolerância à insulina revelou significativo prejuízo na ação da insulina após a alimentação com a DHL, indicando insulino-resistência quando comparado com grupo controle (p < 0,05). O tratamento por quatro meses com a DHL resultou em significativa redução no conteúdo protéico de AMPKα (2,2 vezes) e do GLUT4 (2,5 vezes) e nos níveis de p-AMPKα (2,4 vezes) e p-ACC (2,5 vezes) no músculo esquelético dos ratos sedentários quando comparado aos ratos controles. Ambos os protocolos de exercícios resultaram em aumento na fosforilação da AMPKα e ACC e aumento da sensibilidade à insulina, enquanto apenas o programa de exercício crônico promoveu o aumento da expressão dessas proteínas (p < 0,05). CONCLUSÃO: A alimentação com uma DHL causa redução na expressão e na atividade da AMPKα, enquanto a ativação da AMPKα pelo exercício físico melhora a sensibilidade à insulina, indicando que ratos obesos mantêm preservada a funcionalidade da via AMPKα

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O exercício físico potencializa ou compromete o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes? Mito ou verdade?

A sociedade atual tem valorizado de forma significativa a aparência alta e esbelta. Essa constituição física tem sido reforçada desde a infância e atinge a população adolescente, que deseja enquadrar-se nos estereótipos, particularmente aqueles veiculados pela mídia. Nesse sentido, profissionais de saúde são questionados rotineiramente sobre os efeitos positivos que o exercício físico exerce sobre o crescimento longitudinal de crianças e adolescentes. Procurou-se revisar a literatura especializada a respeito dos principais efeitos que o exercício físico exerceria sobre a secreção e atuação do hormônio de crescimento (GH) nos diversos tecidos corporais, durante a infância e adolescência. Através dessa revisão, foi possível verificar que o exercício físico induz a estimulação do eixo GH/IGF-1. Embora muito se especule quanto ao crescimento ósseo ser potencializado pela prática de exercícios físicos, não foram encontrados na literatura científica específica estudos bem desenvolvidos que forneçam sustentação a essa afirmação. No tocante aos efeitos adversos advindos do treinamento físico durante a infância e adolescência, aparentemente, esses foram independentes do tipo de esporte praticado, porém resultantes da intensidade do treinamento. A alta intensidade do treinamento parece ocasionar uma modulação metabólica importante, com a elevação de marcadores inflamatórios e a supressão do eixo GH/IGF-1. Entretanto, é importante ressaltar que a própria seleção esportiva, em algumas modalidades, recruta crianças e/ou adolescentes com perfis de menor estatura, como estratégia para obtenção de melhores resultados, em função da facilidade mecânica dos movimentos. Através dessa revisão, fica evidente a necessidade de realização de estudos longitudinais, nos quais os sujeitos sejam acompanhados antes, durante e após sua inserção nas atividades esportivas, com determinação do volume e da intensidade dos treinamentos, para que conclusões definitivas relativas aos efeitos sobre a estatura final possam ser emanadas.

Maiores informações: Carla Cristiane da SilvaI; Tamara Beres Lederer GoldbergII; Altamir dos Santos TeixeiraIII; Inara Marques. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004

Novos mecanismos pelos quais o exercício físico melhora a resistência à insulina no músculo esquelético

O prejuízo no transporte de glicose estimulada por insulina no músculo constitui um defeito crucial para o estabelecimento da intolerância à glicose e do diabetes tipo 2. Por outro lado, é notório o conhecimento de que tanto o exercício aeróbio agudo quanto o crônico podem ter efeitos benéficos na ação da insulina em estados de resistência à insulina. No entanto, pouco se sabe sobre os efeitos moleculares pós-exercício sobre a sinalização da insulina no músculo esquelético. Assim, esta revisão apresenta novos entendimentos sobre os mecanismos por meio dos quais o exercício agudo restaura a sensibilidade à insulina, com destaque ao importante papel que proteínas inflamatórias e a S-nitrosação possuem sobre a regulação de proteínas da via de sinalização da insulina no músculo esquelético.


Maiores Informações: José Rodrigo Pauli1,2, Dennys Esper Cintra2,
Claudio Teodoro de Souza3, Eduardo Rochette Ropelle2. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53(4):399-408.

Secreção da Insulina: Efeito Autócrino da Insulina e Modulação por Ácidos Graxos

A insulina exerce um papel central na regulação da homeostase da glicose
e atua de maneira coordenada em eventos celulares que regulam
os efeitos metabólicos e de crescimento. A sub-unidade β do receptor
de insulina possui atividade tirosina quinase intrínseca. A autofosforilação
do receptor, induzida pela insulina, resulta na fosforilação de substratos
protéicos intracelulares, como o substrato-1 do receptor de insulina (IRS-
1). O IRS-1 fosforilado associa-se a domínios SH2 e SH3 da enzima PI 3-
quinase, transmitindo, desta maneira, o sinal insulínico. A insulina parece
exercer feedback positivo na sua secreção, pela interação com seu
receptor em células B pancreáticas. Alterações nos mecanismos moleculares
da via de sinalização insulínica sugerem uma associação entre
resistência à insulina e diminuição da secreção deste hormônio, semelhante
ao observado em diabetes mellitus tipo 2. Uma das anormalidades
associadas à resistência à insulina é a hiperlipidemia. O aumento
do pool de ácidos graxos livres circulantes pode modular a atividade de
enzimas e de proteínas que participam na exocitose da insulina. Essa
revisão descreve também os possíveis mecanismos de modulação da
secreção de insulina pelos ácidos graxos em ilhotas pancreáticas.

Maiores Informações:(Arq Bras Endocrinol Metab 2001;45/3:219-227)
Esther P. Haber
Rui Curi
Carla R.O. Carvalho
Angelo R. Carpinelli