A cafeína é uma substância que não apresenta valor nutricional, sendo classificada como um alcalóide farmacologicamente ativo, estimulante do sistema nervoso central (SNC). No entanto, esta substância tem sido considerada um ergogênico nutricional por estar presente em várias bebidas consumidas diariamente, tais como o café, o chocolate, o mate, e algumas bebidas suaves à base de guaraná. O seu uso tem-se tornado bastante comum no meio esportivo, principalmente nos últimos anos, particularmente por atletas que disputam provas de resistência. A possibilidade de melhora do desempenho físico fez com que este alcalóide entrasse na lista de substâncias proibidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o qual estabeleceu o limite de 12 ug/ml de cafeína na urina como parâmetro para detecção de “doping”. Alguns estudos têm demonstrado que esses níveis podem ser alcançados com a ingestão de aproximadamente 9 mg de cafeína por quilograma de peso corporal. Todavia, estudos mais recentes têm evidenciado melhora no desempenho atlético com a ingestão de apenas 3 a 6 mg de cafeína por quilograma de peso corporal. Tais observações parecem colocar em risco o limite tolerável estipulado pelo COI, o que poderia favorecer a
melhoria do rendimento por parte dos usuários. Esses fatos demonstram a necessidade de maiores investigações sobre o efeito ergogênico de diferentes dosagens de cafeína e, possivelmente, de revisão dos níveis de ingestão toleráveis.
Maiores Informações:
Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 14(2):141-58, jul./dez. 2000
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