sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

normalização da força e torque muscular em crianças e adolescente

Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2011, 13(6):468-476

Giovani dos Santos Cunha
Marco Aurélio Vaz
Álvaro Reischak de Oliveira


Os métodos tradicionais de normalização dos dados de força muscular (FM) e
torque muscular (TM) têm sido considerados inadequados para ajustar apropriadamente os efeitos da massa corporal em crianças e adultos. A alometria tem demonstrado ser o método mais eficiente para comparar indivíduos de diferentes dimensões corporais. Entretanto, os valores que o expoente alométrico pode assumir para FM e TM ainda são controversos e dependem de diversos fatores relacionados à composição corporal, sexo, idade, tipo de contração e modalidade esportiva. O volume muscular (VM), atualmente, tem demonstrado ser a variável emergente para a normalização dos dados de FM e TM.
palavras-chave: Crianças; Força muscular; Torque.

Traditional methods of normalization of muscle strength (MS) and muscle torque (MT) have been considered inadequate to properly adjust the effects of body mass in children and adults. Allometry has proved to be the most efficient method to compare individuals of different body dimensions. However, the values that the allometric exponent may show for MS and MT are still controversial and depend on many factors related to body composition, sex, age, type of contraction, and type of sport. Muscle volume (MV) has been suggested as the emerging variable for normalization of MS and MT.
Key words: Muscle strength; School children; Torqu

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Efeitos de um programa de treinamento neuromuscular sobre o consumo máximo de oxigênio e salto vertical em atletas iniciantes de voleib

Rev Bras Med Esporte Vol. 12, Nº 1 – Jan/Fev, 2006


Alexandre Altini Neto
Ídico Luiz Pellegrinotti
Maria Imaculada L. Montebelo

RESUMO
As alterações ocorridas na performance motora de jovens envolvidos em treinamentos especializados ainda não são muito claras. Este é um conhecimento de suma importância para a correta
prescrição desses treinos. O objetivo deste estudo foi verificar a
influência do treinamento nas variáveis neuromotoras e orgânicas
de jovens atletas na modalidade voleibol em diferentes momentos do programa. Foram selecionadas nove atletas, do sexo feminino, da equipe infantil, do Clube de Campo de Piracicaba/SP, na
faixa etária de 14 e 15 anos, para a realização dos testes: alcance
de ataque e bloqueio e o teste de 1.000 metros, com o objetivo de
avaliar, em três momentos distintos, o programa de treino sugerido. Foram realizadas quatro coletas de dados, a primeira na apresentação das atletas, a segunda no final da etapa geral, a terceira
no final da etapa especial e a última no final do período competitivo. No período preparatório foram utilizados exercícios com o objetivo de melhorar o desempenho das atletas na realização das
ações motoras do jogo. No competitivo foram realizados exercí-
cios com o objetivo de manter os índices de rendimento alcançados anteriormente, priorizando os exercícios coletivos envolvendo a técnica e a tática da modalidade. Com base na análise
estatística dos dados, obtida através do cálculo da média, desviopadrão, nível de significância (p < 0,05) e delta percentual, foi possível concluir que na etapa geral do período preparatório houve
aumento nos índices de força de membros inferiores e da resistência geral; na especial, continuou-se com a tendência de aumento. No período competitivo ocorreu a manutenção dos resultados, o que corrobora a eficácia do programa de treino sugerido
para as capacidades físicas estudadas

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Psicologia do Esporte: uma atualização teórica.

A Psicologia do Esporte: uma atualização teórica.
Escrito por João Ricardo Cozac
Fonte: http://www.ceppe.com.br/index.php/psicologia-esportiva.html

A Psicologia do Esporte é uma nova ciência do treinamento esportivo que tem prestado importantes contribuições para a otimização da performance de atletas e equipes.

Dar aos atletas respaldo psicológico é tão importante quanto lhes fornecer uma alimentação balanceada, programada por nutricionistas. Afinal, o corpo físico e o mental são as duas faces de uma mesma unidade e merecem a igual atenção (Becker Jr, 1998). Cuidar do corpo significa também percebê-lo como um todo unificado, do qual fazem parte emoções e estruturas mentais. O papel do psicólogo responsável pela saúde psíquica de um time se desenvolve a partir de uma abordagem das emoções vivenciadas pelos jogadores em sua rotina de trabalho (Franco, 2000).

É comum ouvir grandes atletas e treinadores dizerem: "temos que nos preparar psicologicamente para esta partida" ou "fisicamente o time está bem, mas psicologicamente vem passando por dificuldades" ou, ainda, "temos que elevar o moral para virarmos o jogo" (Becker Jr, 1998, p. 31).

As demandas psicológicas esportivas são inegáveis. Muitos atletas acabam sucumbindo diante de dificuldades que poderiam ser minimizadas caso houvesse um maior interesse de treinadores e dirigentes na contratação de psicólogos esportivos.

Considerando o aspecto bio-psico-social humano, o atleta poderá se deparar com necessidades em quaisquer das esferas acima citadas: biológica, psicológica ou social (Weinberg, 2001).

Assim sendo, se existem necessidades no plano biológico é preciso estar atento ao profissional capacitado para intervir no problema em questão, seja ele o nutricionista, o ortopedista, o clínico geral, o fisioterapeuta ou o cirurgião. Cada um atuando dentro de sua esfera e área de competência. O mesmo deve valer para o plano social e psicológico (Becker Jr, 1998).

Existe, na área esportiva, uma necessidade plena de auxílio aos atletas. No entanto, a presença deste profissional nas Comissões Técnicas não tem sido bem compreendida.

Será que a ciência não deve ser aplicada ao esporte? Será que a psicologia não é tida como ciência por aqueles envolvidos no esporte? Se a ciência não lhe pudesse ser aplicada, certamente confiaríamos o joelho lesionado do Ronaldinho a um curandeiro ou qualquer outro especialista que não tivesse formação científica para solucionar ou propor solução para o problema.

Para que se alcance o perfeito entendimento acerca da teoria e prática da Psicologia do Esporte, importa esclarecer seu conceito, proposta e objetivos.

Segundo a American Psychological Association (APA), "a psicologia do esporte é o (a) estudo dos fatores comportamentais que influenciam e são influenciados pela participação e desempenho no esporte, exercício e atividade física e (b) aplicação do conhecimento adquirido através deste estudo para a situação cotidiana" .

Benno Becker Jr., presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte, afirma que "há uma disciplina chamada psicologia aplicada ao exercício e ao esporte e esta investiga as causas e os efeitos das ocorrências psíquicas que apresenta o ser humano antes, durante e após o exercício ou o esporte, sejam estes, de cunho educativo, recreativo, competitivo, ou reabilitador" (1999, p 17)

A Psicologia do Esporte tem por finalidade investigar e intervir em todas as variáveis que estejam ligadas ao ser humano que pratica uma determinada modalidade esportiva e, em seu desempenho (Becker Jr, 1999).

Para muitos, esta nova ciência é aplicada apenas em atletas de alto desempenho. Vale ressaltar que a Psicologia Esportiva tem um alcance ainda maior do que o acima citado. Psicólogos esportivos podem atuar em academias de ginástica, escolas, centros recreativos, clubes e programações educacionais junto a educadores físicos.

Vários outros segmentos da psicologia têm influenciado a Psicologia do Esporte na medida em que contribuem para a ampliação do conhecimento dos fenômenos psicológicos que englobam a atividade esportiva. Entre eles, a psicologia social, a do desenvolvimento, a clínica, a experimental, a organizacional, a da personalidade e a educacional (Weinberg, 2001).

Vale ressaltar a importância dos conhecimentos práticos da modalidade esportiva a ser trabalhada pelo psicólogo. O objeto de estudo deve ser algo familiar ao profissional, para que o mesmo possa compreender o discurso e as demandas dos atletas.

A Psicologia do Esporte é uma ciência (Becker Jr, 2000). Pesquisas têm sido feitas ao longo dos anos no intuito de confirmar hipóteses formuladas, consolidar teorias e, enfim, aplicá-las, intervindo eficazmente junto aos atletas. No Brasil existem alguns centros de publicações científicas com reconhecimento internacional: o Laboratório de Psicologia do Esporte (LAPES), na UFMG, cujo diretor é o Dr. Dietmar Samulski e o Departamento da Pós-Graduação da UFRGS, cujo coordenador é o Dr. Benno Becker Junior.

A Psicologia do Esporte, segundo a Federação Européia de Associações de Psicologia do Esporte – Fepsac (1996), se refere aos fundamentos psicológicos, processos e conseqüências da regulação psicológica das atividades relacionadas ao esporte, de um ou mais praticantes dos mesmos. O foco deste estudo está nas diferentes dimensões psicológicas da conduta humana: afetiva, cognitiva, motivadora ou sensório-motora (Becker Jr, 1999). Os sujeitos investigados são os envolvidos nos esportes ou exercícios, como atletas, treinadores, árbitros, professores, psicólogos, médicos, fisioterapeutas, espectadores, pais etc.

A Psicologia do Esporte visa compreender melhor as demandas implicadas nestas atividades e dar uma assistência aos seus praticantes propondo um crescimento global e harmônico de sua personalidade. Objetiva, também, estudar o efeito do exercício sobre a área emocional do indivíduo como daquele portador de patologias (Becker Jr, 1986). Esta nova disciplina faz parte das ciências do movimento humano e das ciências do esporte.

A Psicologia do Esporte é o estudo científico de pessoas e seus comportamentos em contextos esportivos e de exercício e aplicações práticas de tal conhecimento (Gill, 1986). Os psicólogos do esporte identificam princípios e diretrizes que os profissionais podem usar para ajudar adultos e crianças a participarem e se beneficiarem de atividades esportivas.

Existe certa dificuldade em determinar o início preciso da Psicologia do Esporte num país, sem correr o risco de cometer várias injustiças, mormente no Brasil onde estes eventos têm pouca ou nenhuma divulgação (Becker Jr, 2000). Os registros oficiais mostram quem a Psicologia do Esporte, no Brasil, está em sua quarta década (Feige,1977). O início se deu com o professor João Carvalhaes em 1954, no Departamento de Árbitros da Federação Paulista de Futebol. Quarenta e cinco anos é uma idade que, no ser humano pode significar a maturidade, reflexo de ricas experiências. Em relação à Psicologia do Esporte, no entanto, o caminho percorrido ainda não trouxe a desejada maturidade.

Ainda com relação ao professor Carvalhaes, é preciso que sejam tecidas algumas considerações. Na época em que atuou como psicólogo da Seleção, os testes aplicados por ele reprovaram o Mané Garrincha que, posteriormente, foi o grande astro da Seleção. O que as pessoas esquecem é que o jogador faleceu de cirrose hepática, em péssimas condições psicológicas. Se as ferramentas utilizadas pelo professor não foram eficazes para a seleção e traço de perfil psicológico esportivo, certamente já davam mostras da fragilidade de um dos maiores astros do futebol brasileiro de todos os tempos.

A evolução da Medicina do Esporte acrescentou um crescimento científico importante, tanto para a Educação Física quanto para o desporto nacional. Três laboratórios de pesquisa do exercício (Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro) foram criados. Foi iniciada aí a base para a evolução das diversas disciplinas que integram as ciências do movimento humano como a Biomecânica, a Cineantropometria, a Fisiologia e a Psicologia. O início da segunda geração de psicólogos no Brasil aconteceu em 1975, envolvendo Benno Becker Junior (Porto Alegre) Sandra Cavasini (São Paulo) e João Alberto Barreto (Rio de Janeiro). A partir de então, quase a totalidade dos eventos científicos de Educação Física, esporte ou Medicina do Esporte, passou a contar com a participação da Psicologia do Esporte em suas sessões.

O psicólogo esportivo foi o último integrante da comissão técnica interdisciplinar a ser reconhecido pelos clubes. Até hoje, o psicólogo sofre com o preconceito e a desinformação daqueles que, supostamente, deveriam zelar pelo bem estar dos atletas. Quando um novo profissional da área da saúde ingressa numa equipe de trabalho, mobiliza uma série de mecanismos psíquicos nos seus integrantes (simpatia, resistência etc.). Se este novo profissional é um psicólogo, pode ocorrer uma mobilização maior entre os membros da equipe. A percepção que cada ser humano tem do psicoterapeuta é bastante variável. Pode incluir desde expectativas de grande ajuda (beirando até o sobrenatural) até ansiedades persecutórias nos sujeitos mais inseguros. Lacrampe e Chamalidis (1995) afirmam que a percepção do serviço de Psicologia do Esporte depende da interação de fatores como experiência passada dos atletas com o Psicólogo esportivo, expectativas do grupo, confiança mútua e a especificidade da situação. A partir destes elementos, é de grande importância o modo pelo qual o psicólogo será apresentado aos membros de uma equipe esportiva.

Uma apresentação seguida de um grande currículo pode atrapalhar, pelo desnível que eventualmente despertará no atleta (e nos outros profissionais), frente a este novo integrante da equipe técnica e, também, pela tendência a atribuir-lhe onipotência, inclusive através da idealização de que o psicólogo possui poderes mágicos e que resolverá todos os problemas da equipe. Esses sentimentos podem, se não forem equacionados rapidamente, concorrer para um relacionamento cheio de conflitos entre o psicólogo e os demais integrantes da equipe. Se o psicólogo aceitar esta auréola de mágico, poderá ser, em pouco tempo, rejeitado e aniquilado pelos integrantes do grupo. Uma apresentação simples, com nome, função, experiência e objetivos parece suficiente (Becker Jr, 2000).

A apresentação e o pré-projeto psicológico são de extrema valia. Uma explicação simples sobre o que faz ajudará bastante, pois, embora tenha melhorado muito a informação sobre suas funções, ainda há quem o classifique como alguém que trata de loucos. Possivelmente, tal resistência também tenha ocorrido quando do início da atividade do médico e do dentista no esporte (Becker Jr, 2000).

Atualmente, procura-se um médico diante de qualquer distúrbio orgânico e, quando um dente dói, seguramente não se pensará em outro profissional que não seja um dentista. Mostrar aos atletas que cada um deles contribui com seus esforços e sua técnica para alcançar os objetivos da equipe e de que ele, psicólogo, a partir de agora, fará parte desta equipe utilizando sua técnica para o progresso do grupo, certamente é o caminho adequado para o início de um trabalho (Becker Jr, 2000). É também oportuno acrescentar que um trabalho psicológico tem pouco valor se não for acompanhado de uma preparação físico-técnico-tática e um cuidado da parte médica e administrativa. Desta forma, o psicólogo tratará por estabelecer, desde logo, um bom vínculo com a equipe técnica, os dirigentes e atletas.

Dependendo do nível da equipe e do tipo de esporte (no caso o futebol tem, sem a menor sombra de dúvidas, o maior espaço na mídia), é possível que a imprensa ofereça alguma divulgação. Será indicado prestar algumas informações aos repórteres e explicar que várias outras coisas não poderão ser objetos de divulgação—devido à ética profissional.

A posição do psicólogo esportivo nos clubes deve ser discreta. As informações por ele colhidas são de uso interno, não sendo passives de conhecimento público.

O psicólogo esportivo tem, por norma de atuação, o respeito por algumas etapas de implantação de seu programa de Psicologia Esportiva, como veremos a seguir.

ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PSICOLOGIA ESPORTIVA

1. Informação

Etapa em que o psicólogo informa a todos os componentes do grupo esportivo

(Becker Jr 2000), como funciona um programa de Psicologia Esportiva. Neste momento, recolherá informações básicas sobre como funciona a instituição e o grupo esportivo em que vai trabalhar. Para isto utiliza entrevistas, inventários e observações pessoais. É de fundamental importância ouvir a avaliação do treinador e dos membros da equipe técnica a respeito de como funciona a dinâmica do grupo esportivo.

1. Pré-programa

O pré-programa, estruturado de acordo com as informações obtidas pelo psicólogo sobre o funcionamento da instituição e do grupo esportivo, deverá ser apresentado aos dirigentes e grupo técnico para discussão (Becker Jr, 2000). Se os dirigentes e o grupo técnico aprovarem o pré-programa, ele passará a ser o programa. Deve haver uma co-responsabilidade de todo o grupo para a implantação do mesmo.

1. Programa

Sempre que se inicia um trabalho, em qualquer área da atividade humana, é necessária uma avaliação prévia. Esta deve enfocar o indivíduo e o grupo. Mesmo nos esportes individuais, o técnico trabalha com um grupo de atletas e devemos verificar sua dinâmica. Assim (Becker Jr, 2000), alguns procedimentos como testes, entrevista e observação de conduta são sugeridos.

Estamos presenciando a evolução da Psicologia (Weinberg, 2001), um momento de reavaliações das ferramentas de diagnóstico de grupo e individual. Através de entrevistas que poderão confirmar (ou não) aspectos detectados nos testes, será mais eficaz o levantamento dos níveis de ansiedade (Becker Jr, 2000), do estado emocional em treinamentos e competições, da agressividade (extra e intra punitiva) da atenção (concentrada e difusa), da depressão, da motivação e outros fatores, podem ajudar o psicólogo a conhecer um pouco mais o desportista objeto de seu estudo.

A avaliação do atleta não é feita através de um teste psicotécnico que aprova ou reprova candidatos (Becker Jr, 2000). Na Copa de 1962, o psicólogo João Carvalhaes solicitou o desligamento de vários atletas da seleção pois seus testes eram pobres. Devido à falta de experiência na área, o profissional colocou em risco o sucesso de sua atuação por não observar a conduta esportiva dos atletas (Becker Jr, 2000).

Muitos clubes gastam fortunas contratando atletas que são indicados pelos famosos olheiros (Becker Jr, 2000), observadores de treinos e de partidas que opinam a respeito dos desportistas. Um fator que todo clube exige é o exame médico (Becker Jr, 2000), para detectar se o jogador não tem alguma enfermidade encoberta. Em alguns casos, falta a aplicação de um exame psicológico para complementar o diagnóstico inicial do jogador novato. A conduta de um atleta dentro de uma nova equipe não será, necessariamente, a mesma que tinha na equipe anterior, uma vez que o ambiente e os companheiros de equipe são outros (Weinberg, 2001). Desta forma, é importante, além de uma avaliação individual, um exame grupal para que o psicólogo entenda a dinâmica do grupo com que irá atuar.

Somente através desta primeira investigação, o psicólogo esportivo estará capacitado para intervir no grupo, utilizando as técnicas e ferramentas desenvolvidas em trabalhos e estudos científicos.

Respeitar estas normas, utilizando-as com simplicidade, compromisso e ética, determinará o sucesso de sua empreitada profissional.

Usualmente quando uma área do conhecimento se aproxima de outra é devido à necessidade de que informações de uma área sejam aplicadas na outra. Dentre tantas formas da psicologia se aproximar e auxiliar a profissionais da área de educação física (técnicos, professores e atletas), existe o trabalho de psicólogos voltado para o estudo e aprimoramento da performance de atletas.

Este tipo de trabalho junto a atletas (quer sejam de alto nível ou não) é um trabalho especializado que exige do psicólogo conhecimentos específicos da psicologia esportiva, de biologia, de educação física, aspectos culturais da modalidade e do local onde se treina e compete, entre outros.

Com várias décadas de estudo de alto nível sendo realizados por algumas das maiores universidades do mundo e aplicados junto a atletas de elite mundial, a psicologia esportiva é uma ciência bastante utilizada por comissões técnicas de grandes potencias esportivas devido aos seguintes fatores: resultados positivos obtidos; excepcional relação custo/benefício; pesquisas constantes que possibilitam novas e úteis descobertas; desenvolvimento de técnicas não invasivas, de fácil assimilação por parte dos atletas; a possibilidade de trabalhar aspectos relevantes de ordem comportamental e emocional com critério e profissionalismo.

Em uma nação esportiva que combina características de carência econômica com grande nível técnico (com inteligência e criatividade) de atletas, como o caso do Brasil, a implementação do trabalho da psicologia esportiva voltado para a otimização de performance é uma alternativa valiosa como auxiliar na obtenção de padrões de desempenho mais altos e constantes.

Associação Americana de Psicologia. Com cede nos Estados Unidos, a APA tem por objetivo, a atualização e conceitualização de novos campos de atuação da Psicologia no mundo.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Dor músculo-esquelética em adolescentes obesos

J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2011, vol.87, n.4, pp. 329-335. ISSN 0021-7557. http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572011000400010.


OBJETIVO: Avaliar presença de dor, síndromes músculo-esqueléticas, alterações ortopédicas e uso de computador e videogame em adolescentes obesos. MÉTODOS: Um estudo transversal avaliou 100 adolescentes consecutivos com obesidade e 100 eutróficos a partir de um questionário confidencial, autoaplicável, incluindo dados demográficos, prática esportiva, sintomas dolorosos do sistema músculo-esquelético e uso de computador e videogame. Pré-teste e reteste do questionário foram realizados. O exame físico avaliou seis síndromes músculo-esqueléticas e sete alterações ortopédicas. RESULTADOS: O índice de kappa entre pré-teste e reteste foi 0,724. Dor e síndromes músculo-esqueléticas foram igualmente prevalentes nos dois grupos (44 versus 56%, p = 0,09; 12 versus 16%, p = 0,541; respectivamente). Entretanto, alterações ortopédicas (98 versus 76%, p = 0,0001), encurtamento de quadríceps (89 versus 44%, p = 0,0001) e geno valgo (87 versus 24%, p = 0,0001) foram significantemente mais evidenciados nos obesos versus controles. As medianas do tempo de uso do computador no dia anterior à pesquisa, nos sábados e domingos foram menores nos obesos (30 versus 60 minutos, p = 0,0001; 1 versus 60 minutos, p = 0,001; 0 versus 30 minutos, p = 0,02; respectivamente). Uso de minigame foi menor nos obesos (2 versus 11%, p = 0,003), não havendo diferença no uso de videogame nos dois grupos (p > 0,05). Comparações entre obesos com e sem dor evidenciaram maior frequência no gênero feminino (59 versus 39%, p = 0,048) e maior mediana de tempo de uso nos domingos [0 (0-720) versus 0 (0-240) minutos, p = 0,028]. CONCLUSÕES: Obesidade pode causar danos ao sistema osteoarticular no início da adolescência, principalmente nos membros inferiores. Programas específicos para adolescentes obesos do sexo feminino com dor músculo-esquelética precisam ser desenvolvidos.