sábado, 4 de junho de 2011

Ciência & Esporte IV


J Strength Cond Res. 2011 Feb;25(2):334-9.

Este estudo investigou aspectos fisiológicos e de desempenho de 15 (4 mulheres e 11 homens) atletas de elite do Taekwondo (24,0 ± 5,7 anos) durante o Campeonato Nacional. A carga (intensidade) da competição foi avaliada por meio da freqüência cardíaca (FC) e de lactato sangüíneo (LA). Desempenhos pré- e pós-combate do salto contramovimento (CMJ), e da pegada foram comparados (p <0,05). O combate impos uma carga elevada (FC> 85% da FCmax = 92 ± 12%; La = 6,7 ± 2,5 mmol · L ¹) em atletas. Após a partida verificou-se uma melhor CMJ (Pós: homens: 43,9 ± 5,2 cm e Pré: homens = 40,8 ± 4,9 cm; mulheres: 30,8 ± 2,3 cm e Pré: mulheres = 28,2 ± 2,5 cm;p <0,0001) e pior performance de pegada (Pós: homens: 459 ± 87 N e Pré: homens = 486 ± 88 N, p = 0,006; Pós: mulheres: 337 ± 70 N e Pré: mulheres: 337 ± 70 N). Os resultados indicam que a atividade intermitente de competição de Taekwondo provoca uma ativação neuromuscular alta dos membros inferiores. Em vez disso, a diminuição da força de preensão pode ser por causa da abalos repetidos nos membros superiores usados ​​para proteger dos chutes e socos dos adversário voltados para a área de pontuação do tronco. Em termos práticos, estes resultados pode impulsionar os treinadores para a estruturação de sessões de treinamento os atletas permitindo manter a sua força de membros superiores durante o combate.

Modelos Experimentais em Educação Física

Esta é uma das disciplinas da grade eletiva para os nossos estudantes de bacharelado em Educação Física do NEFCS, CAV-UFPE.


No Brasil, tem aumentado o número de laboratórios que utilizam modelos animais para o estudo de aspectos fisiológicos, bioquímicos, sociais e psicológicos associados ao exercício físico. Os modelos mais utilizados são o rato e o camundongo.

Nestes modelos, é possível identificar de forma mais específica os efeitos do exercício físico e do treinamento físico na funcionalidade de sistemas fisiológicos. Ademais, estes estudos são realizados de forma a serem extrapolados para os estudos com humanos. Muitos avanços tem sido identificados, como por exemplo, o efeito do treinamento físico de intensidade moderada melhorando parâmetros imunológicos e atuando inclusive como fator protetor aos efeitos do estresse. Há também modelos experimentais que identificaram em ratos, os benefícios do treinamento físico de intensidade leve durante a gestação.

No campo da nutrição e atividade física, os modelos experimentais tem fornecido dados importantes sobre a ação de suplementos alimentares e ergogênicos. Da mesma forma, tem recebido atenção especial a utilização de drogas esteróides e anabolizantes e os efeitos colaterais nos animais submetidos ao treinamento. Recentemente, muitos estudos com animais tem sido realizados para estudar a plasticidade de vias neurais para recuperação de lesões medulares. Estes resultados estão ajudando na extrapolação do efeito do treinamento físico na recuperação de pacientes que sofreram lesões parciais ou totais da medula.

Os modelos de exercício mais utilizados são: esteira ergométrica, cicloergômetros e gaiolas onde é possível realizar atividade física voluntária. É também utilizado o modelo de natação. COntudo, este último tem sido bastante questionado por ser mais um modelo de "luta pela sobrevivência" dos animais do que propriamente uma atividade física que possa trazer benefícios. Ademais, na natação, é difícil de manter um controle sobre a intensidade do esforço.

Para o uso de animais de laboratório é obrigatório que o projeto seja submetido ao comitê de ética. Este deve avaliar o projeto e para estar de acordo com as normas previstas pelo O Comitê de Conduta Ética no Uso de Animais em Experimentação (CEAE). O CEAE tem por finalidade orientar, analisar, emitir parecer e expedir certificados, à luz dos Princípios Éticos na Experimentação Animal elaborado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA), sobre os protocolos de experimentação (ensino e pesquisa) que envolvam o uso de animais, bem como fiscalizar o cumprimento deste regulamento.

Os sete saberes necessários à educação do futuro....Edgar Morin

No livro Os sete saberes necessários à educação do futuro, Morin apresenta o que ele mesmo chama de inspirações para o educador ou os saberes necessários a uma boa prática educacional.

1º Saber - Erro e ilusão

Não afastar o erro do processo de aprendizagem. Integrar o erro ao processo, para que o conhecimento avance.

2º Saber - O conhecimento pertinente

Juntar as mais variadas áreas de conhecimento, contra a fragmentação. Para que o conhecimento seja pertinente, a educação deverá tornar evidentes:

* O contexto
* O global
* O multidimensional – o ser humano é multidimensional: é biológico, psíquico, social e afectivo. A sociedade contém dimensões históricas, económica, sociológica, religiosa.
* O complexo – ligação entre a unidade e a multiplicidade.

3º Saber - Ensinar a condição humana

Não somos um algo só. Somos indivíduos mais que culturais - somos psíquicos, físicos, míticos, biológicos, etc.

4º Saber - Identidade terrena

Saber que a Terra é um pequeno planeta, que precisa ser sustentado a qualquer custo. Idéia da sustentabilidade terra-pátria.

5º Saber - Enfrentar as incertezas

Princípio da incerteza. Ensinar que a ciência deve trabalhar com a ideia de que existem coisas incertas.

6º Saber - Ensinar a compreensão

A comunicação humana deve ser voltada para a compreensão. Introduzir a compreensão; compreensão entre departamentos de uma escola, entre alunos e professores, etc.

7º Saber - Ética do gênero humano

É a antropo-ética: não desejar para os outros, aquilo que não quer para você. A antropo-ética está ancorada em três elementos:

* Indivíduo
* Sociedade
* Espécie

Morin defende a interligação destes três elementos desde O paradigma perdido: a natureza humana.

Na questão prática de aplicar os 7 saberes, a questão fundamental é que o objetivo não é transformá-los em disciplinas, mas sim em diretrizes para ação e para elaboração de propostas e intervenções educacionais.

XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão.11 a 13 de agosto, Guaruja-SP. Envio de trabalhos até 10 de junho.

Caros colegas, estão abertas as incrições para o XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão, que acontecerá dia 11 a 13 de agosto no Casa Grande Hotel, Guaruja-SP. O envio de trabalhos deve realizado até o dia 10 de junho. Mais informações no site http://www.hipertensao2011.com.br/

Palestrantes Confirmados:

Prof. Rajesh Kumar. Department of Medicine, Texas A&M Health Science Center – College of Medicine Temple – Texas – USA. Tema das Palestras: 1-New aspects of the renin-angiotensin system,

2- NF-kB/Renin-angiotensin system axis in diabetic cardiomyopathy

Prof. Thomas E. Lohmeier. Department of Physiology, University of Mississipi Medical Center, Jackson – Mississipi – USA. Temas das palestras: 1-Management of resistant hypertension e 2- Neural control of blood pressure in the long range.

Prof. Hiroyuki Kobori. Departments of Medicine and Physiology, Director of the Molecular Core in Hypertension and Renal COE, Tulane University Health Sciences Center. Temas das palestras : 1-Augmented Intrarenal/Urinary Angiotensinogen (AGT) in Diabetic Nephropathy, 2- Urinary Angiotensinogen (AGT) as a Novel Biomarker of Intrarenal RAS Activity

Prof. Francisco Javier Martínez Martín. Endocrinology and Nutrición Department, Hospital General de Gran Canaria Dr. Negrín, Canay Island, Spain. Tema da Palestra : Hypertension treatment in the Metabolic Syndrome and Diabetes Mellitus.





O que é CREATINA?

A creatina é um composto nitrogenado, ácido metil guanidina - acético, o qual se encontra presente tanto nos alimentos quanto no organismo, devido à síntese endógena. Nos alimentos, a creatina é encontrada em maior quantidade nas carnes (todos os tipos): bacalhau - 3,0; linguado - 2,0; salmão - 4,5; atum - 4,0; e carne bovina - 4,5 g/kg. Na célula muscular, a creatina em sua forma fosforilada, creatina-fosfato (CP), constitui uma reserva de energia para a rápida regeneração do trifosfato de adenosina (ATP), em exercícios de alta intensidade e curta duração, como por exemplo, durante um sprint de 100m rasos ou em uma seqüência de levantamento de peso em um treino de força.

O pool orgânico desta substância encontra-se localizado quase na sua totalidade(95%) na musculatura esquelética e sua regeneração após um exercício intenso é um processo dependente da via oxidativa. A maioria dos estudos de suplementação com creatina tem mostrado a possibilidade de aumentar o pool orgânico deste composto em 10 a 20%. Contudo, nem todas as pesquisas têm mostrado efeitos significativos após a suplementação com este composto.

São considerados recursos ergogênicos as substâncias (entre elas a creatina), os processos, ou os procedimentos que podem, ou são percebidos como sendo capazes de melhorar o desempenho esportivo. O consumo de alguns destes recursos ergogênicos
pode ter resultado positivo para as provas de dopagem, portanto são vetados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

No meio esportivo, esta substância foi popularizada nos Jogos Olímpicos de 1992, em
Barcelona, quando o corredor britânico Linford Christie, ganhador da medalha de ouro nos 100m rasos, creditou sua vitória ao consumo da creatina.

Ainda não há consenso sobre os efeitos colaterais resultantes do consumo de creatina por tempo prolongado. São necessárias campanhas de informação e conscientização sobre a real necessidade de consumo de suplementos para a população fisicamente ativa que não pratica exercícios físicos profissionalmente.

Maiores informações:
José PERALTA,Olga Maria Silverio AMANCIO. A creatina como suplemento ergogênico para atletas. Revista de Nutrição. Campinas, 15(1):83-93, jan./abr., 2002.

Suplementação com CREATINA: será que tem mesmo efeito?

Pesquisadores do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo realizaram um experimento com nadadores suplementados ou não com creatina. Este artigo foi publicado em 2004 no The Journal of Nutritional Biochemistry

O objetivo deste estudo foi determinar os efeitos da suplementaçao com creatina no desempenho e composição corporal de 18 nadadores. A acumulação de lactato, a composição corporal, a excreção de creatina e creatinina, e as concentrações de creatinina no plasma antes e após a suplementação foram avaliados. O grupo creatina recebeu 4 doses de 5.0 g de creatina com 20.0 g de carboidrato por dia (durante 8 dias). O grupo controle só recebeu 20.0 de carboidrato (durante 8 dias).
Nenhuma diferença foi encontrada nos marcadores obtidos nos testes de natação depois da suplementação com creatina. No grupo que foi suplementado com creatina, houve um aumento na creatina urinária, creatinina, peso corporal, massa magra e água. Não houve diferença na massa do músculo e ossos. Estes resultados indicam que a suplementação com creatina NÂO pode ser considerada um agente ergogênico para melhorar o desempenho e o ganho de massa muscular em nadadores.


Referencia:
Renata Rebello Mendes*, Ivanir Pires, Althair Oliveira, Julio Tirapegui. Effects of creatine supplementation on the performance and body composition of competitive swimmers. Journal of Nutritional Biochemistry 15 (2004) 473–478.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Nota de Falecimento: Sr José Paulino

No final do dia de ontem, recebemos a notícia que nos entristeceu muito. O nosso querido Sr Paulino faleceu. Estamos todos tristes com a perda deste senhor que tanto se confude com a história do Departamento de Nutrição da UFPE.

Eu gostava de ouvir o senhor Paulino falar sobre os tempos do Dr Nelson Chaves e da Dra Naíde no departamento de Nurição. O Sr Paulino sempre estava junto dos estudantes e era muito querido por todos.

É com grande tristeza que ficamos sabendo de sua morte.

Nas últimas imagens do filme O ÚLTIMO SAMURAI,
há uma troca de palavras entre o “artista” e o
imperador. Pergunta o imperador: diz-me como morreu
o meu mestre. A resposta não se fez esperar:
prefiro falar-te do modo como viveu.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Professores do NEFCS recebem homenagem especial esta tarde

Os professores Marcelus Brito Almeida e Cláudia Lagranha foram homenageados pela coordenação do NEFCS e todo o pleno de professores. O Prof Marcelus recebeu a homenagem pelo excelente desempenho nas aulas do 2° semestre de 2010 de acordo com a avaliação discente (95,8% dos estudantes atribuíram nota 10).

A Profa Cláudia Lagranha foi homenageada pela grande iniciativa de montar o Blog do NEFCS e fazer-nos conhecidos no Brasil e no mundo. Até o presente momento, são mais de 900 acessos e várias mensagens de parabens pela brilhante idéia.

A Marcelus e Claudinha....parabéns!!!!!

Porque a plataforma Lattes do CNPq tem este nome?

A plataforma Lattes é uma base de dados onde podemos acompanhar a produção científica e tecnológica de pesquisadores, professores e estudantes. Recebeu o nome Lattes em homenagem ao físico brasileiro co-descobridor do méson pi Cesare Mansueto Giulio Lattes, mais conhecido simplesmente como César Lattes.

De 1947 a 1948, Lattes começou a sua principal linha de pesquisa, pelo estudo dos raios cósmicos, os quais foram descobertos em 1932 pelo físico americano Carl David Anderson. Ele preparou um laboratório a mais de 5.000 metros de altitude em Chacaltaya, uma montanha dos Andes, na Bolívia, empregando chapas fotográficas para registrar os raios cósmicos.

Lattes aposentou-se em 1986, quando recebeu o título de doutor honoris causa e professor emérito pela Universidade de Campinas. Mesmo aposentado ele continuou a viver em uma casa no distrito próximo ao campus da universidade. Ele morreu de ataque cardíaco em Março de 2005.

Lattes é um dos mais distintos e condecorados físicos brasileiros, e seu trabalho foi fundamental no desenvolvimento da física atômica. Ele também foi um grande líder científico dos Físicos Brasileiros e foi uma das principais personalidades por trás da criação de várias instituições importantes como Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele figura como um dos poucos brasileiros na Biographical Encyclopedia of Science and Technology de Isaac Asimov, como também na Enciclopédia Britânica. Embora tenha sido o principal pesquisador e primeiro autor do histórico artigo da Nature descrevendo méson pi, Cecil Powell foi o único agraciado com o Prémio Nobel de Física em 1950 pelo "seu desenvolvimento de um método fotográfico de estudo dos processos nucleares e sua descoberta que levou ao descobrimento dos mésons". A razão para esta aparente negligência é que a política do Comitê do Nobel até 1960 era dar o prêmio para o líder do grupo de pesquisa, somente. O brasileiro, no entanto, nunca foi contemplado. No museu de Niels Bohr, em Copenhague, Dinamarca, há uma carta em que está escrito "Por que César Lattes não ganhou o Prêmio Nobel - abrir 50 anos depois da minha morte". Como Bohr morreu em 1962, somente em 2012 saberemos a resposta do enigma.



Nunca é demais lembrar....ATUALIZEM O CURRÍCULO LATTES DE VOCES....

SEMINÁRIOS NELSON CHAVES Recife, 08 de junho de 2011 Local: Auditório da Pós-graduação em Nutrição - UFPE

8:00-8:10 – Abertura
8:10-10:10h – Mesa Redonda: Avaliação Nutricional de Adultos
Coordenação: Poliana Coelho Cabral - UFPE
1. Equação preditiva para avaliação de gordura visceral em mulheres jovens
- Palestrante: Marina de Moraes Vasconcelos Petribú – PPG Nutrição UFPE
2. Excesso de peso, distribuição de gordura corporal e consumo alimentar: fatores associados em adultos do Estado de Pernambuco
- Palestrante: Cláudia Porto Sabino Pinho – PPG Nutrição UFPE
3. Influência da obesidade abdominal e do consumo alimentar sobre o nível sérico de apolipoproteína A1
- Palestrante: Cristiane Araújo - Nutrição Clínica – Hospital Oswaldo Cruz - Recife

10:10-10:30 – Intervalo

10:30-12:00h – Mesa Redonda: Avaliação Nutricional de Crianças
Coordenação: Carol Leandro – Núcleo de Nutrição/CAV-UFPE
1. Crescimento pré e pós-natal fatores determinantes das medidas corporais de crianças em idade escolar: um estudo de coorte
- Palestrante: Fabiana Cristina Lima da Silva Pastich Gonçalves – PPG Crianças/Adolescente-UFPE
2. Influência do peso ao nascer sobre o desenvolvimento neuro-motor de crianças de 7-10 anos: Projeto Crescer com Saúde em Vitória de Santo Antão
- Palestrante: Marcos André Moura dos Santos – PPG Nutrição UFPE

12:00-14:00h – Intervalo (almoço)

14:00-15:30 – Mesa Redonda: Avaliação Nutricional de indivíduos e populações
Coordenação: Pedro Israel Cabral de Lira - UFPE
1. Análise dos dados de consumo alimentar de populações
Palestrante: Sylvia do Carmo Castro Franceschini – UFV/MG
2. Indicadores antropométricos e de composição corporal para fatores de risco cardiovascular em adolescentes
Palestrante: Silvia Eloiza Priori – UFV/MG

15:30 -15:50 - Intervalo

15:50-17:00 - Ciência dos Alimentos
Coordenação: Evandro Leite de Souza - UFB
3. Desenvolvimento e caracterização de produtos lácteos com potencialidades de alegação de saúde
- Aspectos de qualidade de queijos caprinos adicionados de bactérias láticas probióticas
Palestrante: Estefânia Fernandes Garcia - UFPB
- Qualidade e aceitação de queijo coalho elaborado a partir de mistura de leite bovino e caprino
Palestrante: Bárbara Melo Santos - UFPB


17:00h - Encerramento

Encontro Biomecânico

O palestra de amanhã dia 02/06 do Prof. Sebastião Rogerio foi cancelado. Próximo encontro será dia 06/06.
Abraços Daniel

terça-feira, 31 de maio de 2011

Saibam mais sobre o Dr Oded Bar-Or: um visionário nos estudos sobre obesidade infantil

Dr. Oded Bar-Or, foi um dos precursores nos estudos sobre pediatria do exercício, teve uma contribuição fundamental no avanço do campo da medicina do esporte por aproximadamente 4 décadas.
O Dr Odded Bar-Or foi o fundador e diretor do Centro de Pesquisa em Nutrição e Exercício do Chedoke Hospital.
Ele foi um visionário nos estudos sobre obesidade infantil e desenvolveu uma equipe multidisciplinar de pesquisadores envolvidos nos estudos sobre nutrição e programas de atividade física para crianças.
Quem estuda exercício físico, nutrição e desenvolvimento não pode esquecer desta referência neste campo de pesquisa.

NEFCS cria comissão de estudantes para controle de utilização do material esportivo

Atenção todos os usuários de material esportivo do NEFCS,

Hoje, os estudantes do Bacharelado em Ed Fisica do CAV (1° e 2° períodos) organizaram uma comissão com 7 componentes (Eudardo, Bárbara, Gisele, Fernanda, Delton, Nicolas e Pedro) para controle da utilização do material esportivo do nosso Núcleo. Solicitamos a colaboração de todos para seguirmos bem com cuidado e respeito às regras que serão em breve fixadas.

Professores enviam Carta Aberta ao Ministro da Saúde

Senhor Ministro Alexandre Rocha Santos Padilha, acabamos de tomar
conhecimento do envolvimento do Ministério da Saúde em campanha
publicitária da rede de lanchonetes da empresa McDonald?s no Brasil.

A nosso ver, este envolvimento não se coaduna com o histórico do
Ministério da Saúde na promoção da segurança alimentar e nutricional
da população brasileira e com a elogiável prioridade que sua gestão
tem consignado para a promoção da alimentação saudável e para o
controle das doenças crônicas não transmissíveis.

A campanha da rede McDonald?s, à semelhança de outras estratégias de
marketing empregadas pela mesma empresa, é extremamente nociva, em
particular para crianças e adolescentes, que são o público alvo
daquela rede.

Estamos nos referindo especificamente ao uso nas lojas da rede
McDonald's de toalhas de bandeja que reproduzem, lado a lado, material
educativo elaborado pelo Ministério da Saúde e publicidade dos
produtos comercializados pela rede.

Como o senhor poderá facilmente verificar, em um dos lados da toalha
há mensagens que exaltam a importância para a saúde da prática de
atividade física, da ingestão de água, do sono, da proteção contra a
exposição excessiva ao sol e da alimentação saudável. Junto a essas
mensagens, são mostrados o símbolo da empresa e seu slogan ?amo muito
tudo isso?, o website e o Disque-Saúde do Ministério da Saúde e a
referência ao Ministério como fonte das mensagens educativas.

No verso da toalha, há a reprodução do cardápio dos produtos
oferecidos pela rede - sanduíches, batatas fritas, saladas, molhos,
bebidas e sobremesas - com informações (em letras miúdas) sobre sua
composição nutricional. Essas informações são encimadas pela frase
?Veja aqui os componentes nutricionais da sua refeição?. Abaixo do
cardápio, há um quadro com o título: ?Veja algumas informações
nutricionais interessantes?. Neste quadro apresenta-se a composição
nutricional do que, para a rede McDonald?s, seriam ?outros alimentos
do seu dia a dia?. Esses alimentos incluem ?coxinha?, ?empadinha?,
?pastel?, ?pizza? e ?feijoada tradicional?.

É ocioso notar que o objetivo dessa campanha da rede McDonald?s é
associar o consumo dos produtos que ela comercializa a comportamentos
saudáveis e a induzir o consumidor a pensar que esses produtos
deveriam ou poderiam ser consumidos frequentemente (?alimentos do dia
a dia?) e a negar que eles pudessem ser menos saudáveis do que
alimentos tradicionais da dieta brasileira. Ainda mais ociosa é a
constatação de que a inscrição dos símbolos do Ministério da Saúde no
material publicitário da empresa legitima a campanha e aumenta em
muito sua eficácia.

Senhor Ministro, a própria composição nutricional do cardápio da rede
Mcdonald?s, descrita nas toalhas, revela quão enganosa é esta campanha
publicitária. Por exemplo, a ingestão de um Big Mac (que não é o maior
dos sanduíches oferecidos no cardápio) acompanhada de uma porção média
de batatas fritas, de um copo médio de refrigerante e de uma porção
pequena do sorvete com calda da rede fornece dois terços do total de
calorias que um adulto poderia consumir ao longo de todo o dia e
praticamente todas as calorias diárias necessárias para uma criança.
Se a opção for pelo sanduíche Big Tasty e por porções grandes dos
acompanhamentos e sobremesa, as calorias ingeridas em uma única
refeição alcançam o limite superior estabelecido para um adulto em
todas as refeições do dia. A situação fica ainda mais grave se o
cálculo da composição nutricional envolver a ingestão de nutrientes
que aumentam o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e outras
graves doenças crônicas. Por exemplo, o consumo de um único Big Tasty
corresponde, segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde
adotadas pela ANVISA, a 63% de todo o sódio que o indivíduo poderia
ingerir por dia e a 109% da ingestão diária máxima de gorduras
saturadas.

Como certamente é do seu conhecimento, as pesquisas de orçamentos
familiares do IBGE vêm mostrando que alimentos tradicionais e
saudáveis da dieta brasileira, como a mistura arroz e feijão, vem
sendo crescentemente substituídos por bebidas e alimentos
ultra-processados, que são densamente calóricos e têm conteúdo
excessivo de gordura saturada, açúcar e sódio como a imensa maioria
dos produtos comercializados pela rede McDonald?s.

Senhor Ministro, essas mudanças no padrão alimentar da população
brasileira colocam em risco importantes avanços obtidos pela Saúde
Pública brasileira nas últimas décadas. O aumento epidêmico da
obesidade é a expressão mais dramática das consequências do
crescimento do consumo de alimentos ultra-processados. Na mais recente
pesquisa do IBGE, realizada em 2008-2009 com a colaboração do
Ministério da Saúde, constatou-se que apresentavam peso excessivo
metade dos adultos brasileiros, um em cada cinco adolescentes e uma em
cada três crianças de 5 a 9 anos de idade. Dados do sistema VIGITEL,
operado pelo próprio Ministério da Saúde nas capitais de todos estados
brasileiros e no Distrito Federal, indicam que, se nada for feito, em
cerca de doze anos alcançaremos a situação calamitosa enfrentada pelos
Estados Unidos, onde dois terços da população adulta têm excesso de
peso.

Senhor Ministro, diante dos fatos brevemente relatados nesta carta e
conhecedores do seu compromisso com a Saúde Pública, pedimos-lhe que
ordene a imediata desvinculação das marcas, programas e imagem do
Ministério da Saúde do Brasil da marca, produtos e campanhas da
empresa McDonald?s.

30 de Maio de 2011

Carlos Augusto Monteiro1 César Gomes Victora 2 Malaquias Batista Filho2

1 Professor Titular da Universidade de São Paulo e Membro da Academia
Brasileira de Ciências
2 Professor Emérito da Universidade Federal de Pelotas e membro da
Academia Brasileira de Ciências
3 Professor Emérito da Universidade Federal de Pernambuco e Membro do
Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA)

Professor Anibal Vercesi

Ciências e Esporte II


Diagnóstico e gerenciamento de jovens atlelas de elite submetidos a intervenção para arritmias cardíacas. Kelly J, Kenny D, Martin RP, Stuart AG.
Arch Dis Child. 2011 Jan;96(1):21-4.

A morte súbita cardíaca é a causa mais comum de mortalidade em jovens atletas. Em alguns desses casos, a via final é a arritmia cardíaca. Os autores do presente estudo teve como objetivo identificar a incidência, diagnóstico e tratamento de atletas submetidos a investigação e intervenção para arritmias cardíacas.
MÉTODO: Análise retrospectiva de todos os pacientes entre 10 e 17 anos apresentados a unidade supra-regional cardíaca pediátrica para a investigação e intervenção de uma arritmia cardíaca. Os atletas de elite (regional e nacional) foram identificados a partir das bases de dados dos departamentos clínicos e arritmia (Outubro de 1997-2007). Pacientes com doença cardíaca congênita significativa foram excluídos.
RESULTADOS: De 657 pacientes submetidos a 680 intervenções, 324 foram excluídos. Dos 333 restantes foram identificadas 11 atletas de elite - futebol (n = 3), artes marciais (n = 2), rugby (n = 2), salto triplo, handebol, canoagem e desportos motorizados (n = 1). Apresentando os sintomas incluíram palpitações (n = 8) e síncope (n = 1). Dois eram assintomáticos e investigado após exames de rotina. O diagnóstico incluiu taquicardia de reentrada atrioventricular (AV) (n = 3), taquicardia de reentrada nódulo AV (n = 4), bloqueio completo do coração (n = 1), disfunção do nódulo sinusal (n = 1), síncope vasovagal (n = 1) e fibrilação atrial pré-estimulado (n = 1). Intervenções arritmicas incluíram implante de monitor de “loop” (n = 2), diagnóstico por estudo eletrofisiológico (n = 9), incluindo a ablação cirúrgica por radiofreqüência (n = 5) crioablação, (n = 2) e implante de marcapasso (n = 2). Após a intervenção, 10 crianças regressaram ao esporte competitivo. Não houve mortes. Nenhuma criança exigiu medicação a longo prazo após a intervenção.
CONCLUSÃO: Dos jovens atletas competitivos identificados a partir do estudo dos autores, houve uma alta incidência de arritmias. A intervenção é geralmente bem sucedido e a maioria dos atletas retornaram para o esporte de elite, sem a necessidade de medicação a longo prazo.

domingo, 29 de maio de 2011

Disciplina eletiva de Karatê para 2011.2

Prezados estudantes,

Neste segundo semestre de 2011, estaremos oferecendo a disciplina eletiva de karatê (45 horas). Fiquem atentos aos prazos e ao número de vagas.

Ainda sobre o lactato.....CURIOSIDADES

Em 1999, o pesquisador George Brooks publicou um artigo intitulado “Role of mitochondrial lactate dehydrogenase and lactate oxidation in the intracellular lactate shuttle” (papel da lactato desidrogenase mitocondrial e a oxidação de lactato na lançadeira intracelular de lactato). Este artigo foi publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences of the USA”. Em 2000, foi publicado (Medicine and Science in Sports and Exercise) pelo mesmo autor o seguinte artigo “Intra and extra-cellular lactate shuttles” (lançadeiras de lactato intra e extra-celular). Em 2001, dois outros artigos confirmaram a idéia sugerida por Brooks (Gladden, 2001; Hood, 2001).

De forma a testar esta hipótese, Em 2002, os fisiologistas Kent Sahlin (Departamento de Ciências da Saúde e do Esporte – Faculdade de Educação Física – Estocolmo, Suécia) e o Hans Rasmussen (Departamento de Bioquímica da Universidade de Copenhagen – Dinamarca) puseram abaixo esta proposição. Em dois artigos publicados no Journal of Physiology, foi demonstrado que não existe atividade da LDH na mitocôndria (tanto em músculo de humanos como de ratos) e que o lactato não causa aumento no consumo de oxigênio, mesmo na presença de malato e não afeta a respiração mitocondrial de piruvato+malato. Da mesma forma a conversão de lactato para piruvato na matriz mitocondrial é, devido ao estado redox reduzido, energeticamente improvável e violaria a primeira lei da termodinâmica. Estes autores acreditam que o Dr George Brooks deve ter contaminado as suas amostras numa tentativa de isolar a mitocôndria e que a presença de LDH (lactato desidrogenase) na mitocôndria, na verdade era citosólica.

Em resposta aos artigos publicados, o Dr George Brooks enviou ao Journal of Physiology, na sessão “PERSPECTIVES”. Em sua defesa, o Dr Brooks disse que a preparação dos homogenatos dos autores foi muito extensa e as amostras foram tratadas com detergente o que impediria a verificação da LDH mitocondrial provavelmente por destruição de parte da organela. Também se justificou dizendo que os autores utilizaram proteases para isolar a mitocôndria e também não utilizaram microscopia eletrônica para as avaliações pormenorizadas.


Enfim, a minha questão é:
Se nós assumirmos que existe LDH mitocondrial e que a membrana é permeável tanto ao piruvato quanto ao lactato, a diferença no estado redox entre a mitocôndria e o citosol criaria um CICLO FÚTIL onde o piruvato é reduzido a lactato na mitocôndria e vice-versa no citosol.
De fato, eu concordo com os autores Sahlin e Rasmussen, LDH na matriz mitocondrial seria imcompatível com a fosforilação oxidativa e a lançadeira intracelular de lactato merece ainda muitos ensaios experimentais.

É o lactato um criminoso metabólico durante o exercício físico?

Durante anos, no século XX, o lactato foi considerado o “criminoso metabólico” da glicólise devido à hipóxia, foi considerado também a causa primária do débito de O2 após o exercício físico, também foi acusado de ser a principal causa da fadiga muscular, e o fator-chave na lesão muscular induzida pela acidose. A partir dos anos 70, alguns crimes metabólicos foram desvendados e a “revolução do lactato” ocorreu. Atualmente, parece que o aumento da produção e concentração de lactato em resposta a anoxia e a disóxia é mais uma exceção do que uma regra. A acidose induzida pelo lactato está sendo re-avaliada como um fator que determina a fadiga do músculo. A origem do aumento da concentração de lactato na lesão e sepsis está sendo re-investigada. O lactato está sendo considerado um intermediário importante no processo de cicatrização e reparo tecidual. Agora, as evidências convergem para o papel fundamental do lactato em numerosos processos metabólicos, particularmente mobilizando combustível para o metabolismo aeróbio, e talvez como um mediador do estado redox entre vários compartimentos dentro e fora da célula. Existe unanimidade experimental para suportar a hipótese da comunicação célula-célula via lançadeiras de lactato.

Saiba mais sobre as acusações de crimes metabólicos sofridas pelo lactato e as provas da sua inocência na BIOQUÍMICA DO EXERCÍCIO (próximo semestre...aqui no NEFCS do CAV)

Para refletirmos neste início de semana

“Posso saber pedagogia, biologia como astronomia, posso cuidar da terra como posso navegar. Sou gente. Sei que ignoro e sei que sei. Portanto, a curiosidade me move, me inquieta, me insere na busca, e então aprendo e ensino, e me torno um ser humano melhor, pois o ser humano é maior que os mecanismos que o minimizam”.
(Paulo Freire)

VO2 - Exercício Físico - Teoria da Dimensionalidade

A teoria da dimensionalidade tem sua raiz em um simples princípio geométrico que relaciona as variáveis fisiológicas com a altura.

Assmussen e Heeboll-Nielson propuseram que a teoria da dimensionalidade poderia ser usual para normalização das variáveis anatômicas e fisiológicas para o tamanho do corpo. Assim, as medidas anatômicas tais como o comprimento deveria estar diretamente relacionado para a dimensão linear do corpo (L), enquanto que aquelas associadas com a área (área respiratória dos pulmões, área transversal do músculo) deveriam aumentar pelo quadrado da altura do corpo. A tensão máxima produzida pelo músculo está relacionada com a sua área transversal e deveria, por isso,estar proporcional ao L2 . Volume e peso (vol. de sangue e o peso do coração) deveriam variar com o L3. O tempo pode ser relacionado com o L. O consumo de O2 por unidade de tempo, ou L3/ L , e portanto, pela teoria da dimensionalidade seria proporcional ao L2. Assim, as variáveis fisiológicas nos indivíduos de diferentes tamanhos podem ser relacionadas às potências da altura e do corpo.

A questão básica é que na utilização do coeficiente padrão não existe segurança que a variável fisiológica em questão (numerador) modifica-se proporcionalmente nos sujeitos para o peso corporal (denominador). De fato, muitas variáveis não mudam na mesma proporção que o peso corporal, e o consumo de O2 pode ser considerado um exemplo.

Outros coeficientes padrão tem sido utilizado além do peso do corpo pela fisiologia do exercício: a massa magra, o volume das pernas e a área de superfície do corpo.
As dimensões entre o VO2máx absoluto desaparecem entre os gêneros quando relacionado ao volume das pernas (Davies et al., 1992). Similar argumento tem sido utilizado relativamente à massa magra. Gitim et al.(1991) chamam de adiposectomia matemática. Existe evidências para uma associação entre o coração e a massa muscular periférica, não obstante o VO2máx possa servir como um indicador da reserva funcional cardíaca.

A área de superfície do corpo não é realmente medida, mas unicamente calculada, e os métodos de cálculos podem introduzir erros significantes.