sábado, 25 de junho de 2011

Exercício físico e sistema imunológico: mecanismos e integrações

Já está bem definido que o exercício físico (EF), enquanto modelo mensurável de indução de stress, provoca alterações funcionais no sistema imunológico
(SI). Diferentes tipos e cargas de EF podem provocar alterações distintas nos parâmetros imunes35. Alguns estudos vêm demonstrando que o EF moderado (<60% do VO2máx) parece estar relacionado ao aumento da resposta dos mecanismos de defesa
orgânica, enquanto que o EF mais intenso e prolongado (>65% do VO2max) ou o treino
excessivo parecem enfraquecê-la. Na base desta influência poderá estar a inter-relação existente entre o sistema nervoso (SN), o sistema endócrino (SE) e o SI. De fato, durante a actividade física ocorre activação inicial do sistema nervoso simpático (SNS), que estimula a produção e a liberação de catecolaminas, hormonios e neurotransmissores relacionados ao stress. Além disso, há também activação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA)que parece possuir uma relação intrínseca com os
componentes do SI, não só pela presença de receptores hormonais em leucócitos, mas também pela relação anatómica observada entre os três sistemas. Esta revisão tem por objectivo abordar os pontos relevantes da influência dos diferentes tipos de EF
sobre a concentração e a funcionalidade de algumas componentes do SI. Para uma compreensão mais abrangente, serão relatados também estudos evidenciando
a integração entre o SN, o SE e, em particular, o SI, observados durante o EF.

Maiores informações:Carol Leandro, Elizabeth do Nascimento, Raul Manhães-de-Castro, José Alberto Duarte, Célia M.M.B. de-Castro. Exercício físico e sistema imunológico: mecanismos e integrações. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2002, vol. 2, nº 5 [80–90].
http://www.personalclub.com.br/images/upload/Exercicio_fisico_e_sistema_imunologico.pdf

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde na mulher

A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) tem oferecido periodicamente informações que possibilitem aos profissionais da área de saúde a atualização em temas relacionados às ciências do esporte. Uma das ações que tem se mostrado muito eficaz é a publicação de Posicionamentos Oficiais ou Consensos.

Desde 1996 já foram publicados três documentos com estas características:

1) Atividade Física e Saúde em Indivíduos Aparentemente Saudáveis
2) Atividade Física e Saúde na Infância e Adolescência
3) Atividade Física e Saúde em Indivíduos Idosos

O documento que se desenvolve a seguir, "Atividade Física e Saúde na Mulher", é a última etapa de uma importante meta da SBME de abordar os quatro grandes temas relacionados à atividade física e saúde.

Esta publicação representa o posicionamento oficial da SBME sobre atividade física e saúde em indivíduos do sexo feminino (atletas ou não atletas), visando ampliar a recomendação da prática de atividade física pelos profissionais de saúde que lidam com esse grupo. Os interessados em se aprofundar no tema devem consultar a bibliografia relacionada.


JUSTIFICATIVA

O preconceito em relação à participação da mulher em atividades esportivas remonta à Grécia Antiga, quando ela era proibida até mesmo de assistir aos Jogos Olímpicos. Durante muito tempo ela foi poupada da prática de esportes pela crença de que o exercício poderia ser prejudicial à sua saúde. Posteriormente, foi permitido o seu ingresso em algumas modalidades de exercícios leves, que não trouxessem "risco" de complicações a um grupo que ainda era considerado frágil e provavelmente não resistiria a esforços mais intensos. Apenas em 1972 as mulheres foram admitidas a participar de competições oficiais de maratonas e outros eventos de mais longa duração.

A literatura médica até recentemente não apresentava dados epidemiológicos consistentes a respeito do impacto da atividade física sobre a saúde das mulheres. Tal lacuna vem sendo corrigida com estudos recentes.

Em 1996, Blair e colaboradores publicaram um acompanhamento de 8.900 mulheres, por 10 anos, demonstrando que o fator de maior peso na mortalidade geral foi a baixa aptidão física, superando todos os demais principais fatores de risco, inclusive o tabagismo. Das sucessivas publicações decorrentes da coorte das enfermeiras, extraímos que o acompanhamento por 16 anos de 84.129 mulheres mostrou incidência de 1.128 eventos coronarianos maiores (296 mortes e 832 infartos agudos do miocárdio não fatais), inversamente correlacionada com atitude favorável ao estilo saudável de vida (exercício físico regular, dieta adequada e restrição ao tabaco); 72.488 enfermeiras de 40 a 65 anos de idade, em oito anos, apresentaram 407 casos de acidentes vasculares encefálicos, forte e inversamente correlacionados à atividade física.

Os benefícios da atividade física têm sido comprovados em ambos os sexos. Na mulher esta abordagem adquire algumas características próprias que incluem desde as diferenças do perfil hormonal, passando pela incidência de determinadas patologias, até as respostas e adaptações ao exercício. Na redução da pressão arterial, por exemplo, encontram-se trabalhos que mostram que a mulher, através do exercício, apresenta uma resposta de redução dos níveis tensionais mais eficiente que o homem. É importante considerar o impacto causado pelo aumento da expectativa de vida na população e o papel social e profissional adotado pela mulher nos últimos anos. Esses fatores impõem uma revisão no estudo de diversas patologias e nas novas perspectivas de prevenção e tratamento das mesmas. Neste contexto a atividade física regular ocupa lugar de destaque.

Maiores informações:
Marcelo Bichels Leitão; José Kawazoe Lazzoli; Marcos Aurélio Brazão de Oliveira; Antonio Claudio Lucas da Nóbrega; Geraldo Gomes da Silveira; Tales de Carvalho; Eney Oliveira Fernandes; Neiva Leite; Alice Volpe Ayub; Glaycon Michels; Félix Albuquerque Drummond; João Ricardo Turra Magni; Clayton Macedo; Eduardo Henrique De Rose. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde na mulher. Rev Bras Med Esporte vol.6 no.6 Niterói Nov./Dec. 2000.

Exercício físico e o controle da pressão arterial

RESUMO
O exercício físico provoca uma série de respostas fisiológicas,
resultantes de adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão
influenciar o sistema cardiovascular. Diversos estudos demonstraram
o seu efeito benéfico sobre a pressão arterial. Sendo a hipertensão
arterial sistêmica uma entidade de alta prevalência e elevada
morbimortalidade na população, o exercício físico tem importante
papel como elemento não medicamentoso para o seu controle ou
como adjuvante ao tratamento farmacológico.


RESUMEN
Ejercício físico y el control de la presion arterial
El ejercicio físico provoca una serie de respuesta fisiológicas,
resultantes de adaptaciones autonómicas y hemodinámicas que
van a influenciar en el sistema cardiovascular. Diversos estudios
demonstraron el efecto benéfico sobre la presión arterial. Siendo
así, la hipertensión arterial sistémica una entidad de alta prevalencia
y elevada morbi-mortalidad en la población, el ejercicio físico
tiene un papel muy importante como elemento no medicamentoso
para su control y como adyuvante al tratamiento farmacológico
tambien.


Maiores informações:
Maria de Fátima Monteiro e Dário C. Sobral Filho.Exercício físico e o controle da pressão arterial. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004
site: http://www.scielo.br/pdf/rbme/v10n6/a08v10n6.pdf

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Grupo de pesquisa NNI - Origem Desenvolvimentista da Saúde e da Doença

Desde 1997, os pesquisadores do grupo de pesquisa "NNI Origem Desenvolvimentista da Saúde e da Doença" da UFPE contribuem para o entendimento dos mecanismos celulares e moleculares da programação perinatal de doenças prevalentes da vida adulta. Vários acordos internacionais foram estabelecidos ao longo destes anos consolidando mais ainda este grupo como referência no Brasil e proporcionando repercussão internacional à UFPE.

Em 2008, foi aprovada a construção do “Centro de Estudos da Origem Fetal de Doenças Prevalentes da Vida Adulta” no âmbito do edital CT-INFRA que irá permitir que os pesquisadores do Centro de Ciências da Saúde e do Centro Acadêmico de Vitória possam sediar encontros e discussões científicas sobre a programação fetal. Assim como possibilitará o intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação.

Em 2009, uma visita científica do NNI aos Laboratórios da Universidade de Nantes também repercutiu no início das discussões sobre a criação de uma rede internacional de pesquisa sobre programação fetal cujos participantes são renomados cientistas nesta área: Dr. Simon Langley-Evans, chefe do Departamento de Ciências Nutricionais na Faculdade de Biociências da Universidade de Nottingham – Inglaterra; Dra. Claudine Junien, pesquisadora na área de programação gênica durante o desenvolvimento infantil e co-diretora do centro de pesquisa INSERM do Hôspital Necker-Enfantes Malades de Paris; Dra. Khadija Ouguerram, pesquisadora do Instituto do Tórax INSERM, especialista em fisiologia metabólica e do Dr. Charles-Henri Malbert pesquisador do laboratório de fisiopatologia e toxicologia experimental de Toulouse (INRA). Na oportunidade, todos os pesquisadores mencionados juntamente com o Dr. Raul Manhães de Castro da UFPE também participaram como membros do juri da banca de tese de doutorado em "Programming" defendida pelo mexicano Dr Ricardo Orozco-Solis na Universidade de Nantes.

Neste ano de 2011, o professor Raul Manhães de Castro, do Departamento de Nutrição, participou do colóquio "Cadeia alimentar e territórios: olhares cruzados entre as ciências médicas e humanas", na Jornada Científica da Universidade de Nantes, na França. Ele proferiu a palestra "Transição nutricional e geografia da obesidade: exemplos do Brasil" e mostrou resultados de pesquisas experimentais e em humanos realizadas pelo grupo NNI Origem Desenvolvimentista da Saúde e da Doença, da Universidade Federal de Pernambuco. Dr Manhaes de Castro mostrou, por meio das pesquisas realizadas em Pernambuco, os preocupantes problemas da transição entre a desnutrição e a obesidade no país. Os pesquisadores presentes ao evento ficaram interessados em ampliar acordos existentes entre a Universidade de Nantes e a UFPE.

Em Moçambique, foi realizada a primeira defesa de tese na Universidade de Maputo pelo acadêmico Mario Tchamo sob a orientaçao da Professora Dra. Carol Leandro do Núcleo de Educação Física e Ciências do Esporte –CAV/UFPE, também pesquisadora do NNI.

No Brasil, o grupo NNI já estabelece colaboração com os pesquisadores: Egberto Moura, Patrícia Lisboa e Magna Passos do Laboratório de Fisiologia da UERJ; Rui Curi do Laboratório de Fisiologia Celular do ICB da USP e com Leonardo Silveira do Laboratório de Bioquímica do Exercício Físico da USP-Ribeirão Preto.

terça-feira, 21 de junho de 2011

II Forum de discussões pedagógicas contará com a palestra do Prof Emanuel Souto "Práticas Pedagógicas"

Prezados colegas,

Tenho o prazer de informar que no próximo dia 29 de junho de 2011 (quarta-feira) às 15 horas no auditório do CAV-UFPE, teremos o II FORUM DE DISCUSSÕES PEDAGÓGICAS DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CIÊNCIAS DO ESPORTE CAV-UFPE.

Neste II Fórum, o Prof Emanuel Souto da Mota Silveira que faz parte do corpo docente do Núcleo de Ciências Biológicas do CAV-UFPE, discutirá com os professores do NEFCS, o representante do D.A. de educação Física e demais convidados sobre "Práticas Pedagógicas".

O Prof Emanuel é o responsável pela disciplina de metodologia de ensino para o curso de licenciatura em ciências biológicas, participa de vários projetos de extensão e de projetos de pesquisa: Alfabetização Centífica e Formação da Postura Investigadora nos anos iniciais do Ensino Fundamental Coleções didáticas para o ensino de Zoologia na Educação Básica e projeto Integrar Formação Docente e Construção de Bases Curriculares e Metodológicas para o Ensino de Ciências. Tem sido professor homenageado por vários semestres consecutivos nas turmas de ciências biológicas do CAV e de outras instituições.

Sem dúvida, discutir práticas pedagógicas com o Prof Emanuel Souto será de grande valia para o crescimento do nosso NEFCS.

COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA ESPORTIVA – Posicionamento Oficial quanto ao uso de anabólicos esteróides androgênicos nos esportes

Baseado em um abrangente levantamento bibliográfico e uma análise cuidadosa dos aspectos referentes aos efeitos ergogênicos e os efeitos adversos dos anabólicos esteróides androgênicos, esta é a posição oficial do Colégio Americano de Medicina Esportiva apresentando:

1- Na presença de anabólicos esteróides androgênicos e de uma dieta
adequada pode haver contribuição no aumento do peso corporal,
freqüentemente da massa corporal magra;

2- Os ganhos na força muscular atingida através de exercícios de alta
intensidade e uma dieta apropriada podem ser aumentados pelo uso de
anabólicos esteróides androgênicos am alguns indivíduos.

3- Anabólicos esteróides androgênicos não aumentam a potencia aeróbica ou
a capacidade muscular em exercícios;

4- Anabólico esteróides androgênicos são associados com efeitos adversos no
fígado, sistema cardiovascular, sistema reprodutor, e características
psicológicas em tratamentos em um conjunto de pesquisas realizadas em
atletas. Enquanto que futuras pesquisas estão sendo realizadas, o potencial
de perigo do uso dos anabólicos esteróides androgênicos em atletas devem
incluir aqueles encontrados nas ações terapêuticas.

5- O uso de anabólicos esteróides androgênicos por atletas é uma ação
oposta aos princípios éticos da competição atlética como uma posição
restritiva por muitos dos comitês esportivos governamentais. O Colégio
Americano de Medicina Esportiva sustenta esses princípios


Maiores informações:
Este Posicionamento foi traduzido para a Língua Portuguesa por João P. M.
Bergamaschi, Estagiário do CELAFISCS, e revisado por Victor K. R. Matsudo & Sandra
M. M. Matsudo, CELAFISCS.

Efeito da L-Glutamina sobre o perfil leucocitário e a função fagocítica de macrófagos de ratos estressados

RESUMO

OBJETIVO: Verificar o efeito da administração intraperitoneal de glutamina, prévia a uma situação de estresse, sobre o número de leucócitos do sangue e sobre a taxa de fagocitose de macrófagos alveolares de ratos.
MÉTODOS: Ratos machos Wistar aos 90 dias de idade foram divididos em controle (C, n=15), estresse (C+E, n=16), glutamina (GLN, n=15) e glutamina e estresse (GLN+E, n=15) e mantidos em condições padronizadas. Os grupos GLN e GLN+E receberam, via intraperitoneal (v ip), L-glutamina (0,2g/kg de peso corporal) durante 10 dias. Seus pares receberam, v ip, L-glicina (0,4g/kg do peso corporal). Os animais C+E e GLN+E foram submetidos ao estresse agudo de contenção (40min, após 24h da última intervenção com o aminoácido). Leucócitos totais foram contados em hemocitômetro e os diferenciais por esfregaço sanguíneo. Para avaliação da taxa de fagocitose, os macrófagos alveolares (1x106 em meio de cultura RPMI) e fungos S. cerevisiae (1x107) foram incubados em estufa (37ºC, 5%CO2) durante 1 hora. Foram utilizados os testes estatísticos análise de variância (ANOVA) e o teste de Tukey, valores expressos em média do percentual e desvio-padrão.
RESULTADOS: Comparado ao grupo controle, o C+E apresentou diminuição no número de leucócitos e linfócitos e aumento no número de neutrófilos (p<0,05). A taxa de fagocitose de macrófagos diminuiu no grupo C+E, quando comparada ao controle (p<0,05). Esta diminuição permaneceu no grupo GLN+E e não foi alterada no grupo GLN (p>0,05).
CONCLUSÃO: A administração, via ip, de glutamina não atenua o efeito do estresse no número de leucócitos e na função fagocítica de macrófagos alveolares em ratos.

Maiores informações:
Carol Góis Leandro; Elizabeth do Nascimento; Maria Magdala Azevedo; Andrezza Viegas; Camila Albuquerque; Cláudio Barnabé Cavalcanti; Raul Manhães-de-Castro; Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Efeitos do treinamento físico na gestação sobre a evolução ponderal, glicemia e colesterolemia de ratos adultos submetidos à desnutrição perinatal

A incompatibilidade entre a desnutrição perinatal e uma nutrição adequada durante o desenvolvimento aumenta o risco de aparecimento precoce de doenças não transmissíveis na vida adulta. Todavia, acredita-se que a atividade física materna possa atenuar estas consequências. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do treinamento físico durante a gestação na evolução ponderal, circunferência abdominal, glicemia e colesterolemia de filhotes adultos submetidos à desnutrição perinatal. Ratas Wistar (n=12) foram divididas em quatro grupos: controle (C, n=3), treinada (T, n=3), desnutrida (D, n=3) e treinada desnutrida (T+D, n=3). Durante a gestação e lactação, os grupos D e D+T receberam dieta baixa em proteína (8% caseína) e os grupos C e T receberam dieta normoprotéica (caseína a 17%). O protocolo de treinamento físico moderado foi realizado em esteira ergométrica (5 dias/semana, 60 min/dia, a 65% do VO2max) e iniciou 4 semanas antes da gestação. Na gestação, a duração e a intensidade do treinamento foram reduzidas (5 dias/semana, 20 min/dia, a 30% do VO2max) até o 19º dia pré-natal. Após o desmame, os filhotes (CF=9, TF=9, DF=7, T+DF=9) receberam dieta padrão de biotério e foram avaliados aos 270 dias de idade. A circunferência abdominal (CA) foi avaliada relativa ao peso corporal. Para avaliação da glicemia e colesterolemia foi utilizado o método enzimático colorimétrico da glicose-oxidase/peroxidase e da colesterol-oxidase, respectivamente. Ratos do grupo DF apresentaram um maior ganho de peso corporal ao longo do crescimento, maiores valores de CA, glicemia e colesterolemia quando comparados ao grupo CF. Para o grupo T+DF, o ganho de peso foi atenuado, e a CA, a glicemia e a colesterolemia foram normalizados (p<0,05). Esses resultados demonstram que o treinamento físico durante a gestação atenua os efeitos da desnutrição perinatal sobre alguns indicadores murinométricos e bioquímicos nos filhotes adultos.



Maiores informações:

Filippe FALCÃO-TEBAS, Amanda Thereza TOBIAS, Adriano BENTO-SANTOS, José Antônio dos SANTOS, Diogo Antônio Alves de VASCONCELOS, Marco Antônio FIDALGO, Raul MANHÃES-DE-CASTRO, Carol Góis LEANDRO.
Revista Brasileira de Medicina do Esporte, (in press) 2011.

Utilização de suplemento alimentar e anabolizante por praticantes de musculação nas academias de Goiânia-GO

Araújo, L. R., Andreolo, J., Silva, M. S. Utilização de suplemento
alimentar e anabolizante por praticantes de musculação
nas academias de Goiânia-GO, Rev. Bras. Ciên. e Mov. 10(3):
13-18, 2002.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização de suplementos
e anabolizantes em praticantes de musculação de
academias de Goiânia. O grupo de estudo foi constituído
por 10% (n=183) de indivíduos, sexo masculino, das 14 academias
inscritas na Federação Goiana de Fisioculturismo. O
grupo respondeu questionário previamente validado sobre
consumo de suplementos e anabolizantes, tipos mais utilizados,
faixa etária, nível educacional, orientação, finalidade
de uso e efeitos adversos. Os dados foram analisados através
da freqüência e teste qui-quadrado (Programa GraphPad
Instat tm, versão 2.01), p<0,05. Os resultados indicaram alto
consumo de suplementos e anabolizantes. Creatina (24%) e
Deca Durabolin (21%) foram os mais citados. O consumo
maior destes produtos ocorreu em indivíduos com idade
entre 18 e 26 anos (74%) e nível médio de escolaridade (66%).
Mais de 70% dos usuários tinham como finalidade ganhar
massa muscular. Os consumidores de anabolizantes relataram
euforia (81%) e aumento de cravo e espinhas (94%) e, os
de suplementos, aumento de sono (17%). Os resultados
obtidos permitiram concluir que os praticantes de musculação
das academias de Goiânia consomem quantidades altas
de suplementos e anabolizantes e isto pode estar ocorrendo
devido à falta de conhecimento e conscientização quanto
aos benefícios e prejuízos desses produtos.

Depoimento da professora Amanda Gurgel sobre a educação no Rio Grande do Norte

Cenário da educação básica no RN
ou provavelmente do Brasil
vale a pena assistir

http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA

Pode a atividade física materna modular a programação fetal induzida pela nutrição?

RESUMO

Existe considerável evidência para a indução de diferentes fenótipos em reposta às variações no ambiente fetal e neonatal. O aporte inadequado de nutrientes no período crítico do desenvolvimento está associado ao risco alto de doenças metabólicas na vida adulta, este fenômeno biológico é chamado de programação. A atividade física durante a gestação resulta em adaptações fisiológicas da mãe e no aumento da disponibilidade de nutrientes e oxigênio no espaço feto-placentário. Este trabalho tem como objetivo discutir os mecanismos da indução de programação fetal pela nutrição e o provável efeito modulador da atividade física durante a gestação. Foram utilizadas as bases de dados do Medline Pubmed, Lilacs e Bireme, com publicações entre 1990 até 2008. Os termos de indexação utilizados foram: nutrition, fetal programming, gestation, physical activity, physical exercise, metabolism. Em conclusão, o aporte inadequado de nutrientes programa o aparecimento de doenças metabólicas na vida adulta, enquanto que a atividade física durante a gestação aumenta a disponibilidade de nutrientes e oxigênio, repercutindo positivamente no crescimento fetal e no peso ao nascer.

Termos de indexação: Atividade motora. Desenvolvimento fetal. Fenótipo. Gestação.

ABSTRACT

There is considerable evidence for the induction of different phenotypes by variations in fetal and neonatal environment. Undernutrition during this critical development period is associated with risk of metabolic disease in adult life; this biological phenomenon is termed programming. Physical activity during gestation results in maternal physiological adaptations and increased oxygen and nutrients in the fetoplacental compartment. The main goal of this work is to discuss the mechanisms of fetal programming induced by nutrition and the probable modulating effect of physical activity during gestation. Papers published between 1990 and 2008 listed in the Medline Pubmed, Lilacs and Bireme databases were used. The search keywords were: nutrition, fetal programming, gestation, physical activity, physical exercise, and metabolism. In conclusion, undernutrition can program the onset of metabolic diseases in adult life, while physical activity during gestation increases the availability of nutrients and oxygen for the fetus, thereby positively impacting fetal growth and birth weight.

Indexing terms: Motor activity. Fetal development. Phenotype. Pregnancy.

domingo, 19 de junho de 2011

Um poema de Vinícius de Moraes para o nosso querido estudante José Ewerton Brainer

Amigos
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.

Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é,
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...

Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda furiosa da vida
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.

Vinicius de Moraes

Estudantes do 1° Período de Ed Física discutem a rede CEDES e CENESP

Nesta sexta-feira, os estudantes da disciplina de História da Ed Física do 1° período de Bacharelado em Ed Física (CAV-UFPE) apresentaram seminários sobre o Ministério do Esporte do Brasil. O primeiro grupo apresentou o site do Ministério discutindo desde a história de sua criação até os diversos projetos que tem sido realizados.
Os dois outros grupos apresentaram a rede CENESP e a rede CEDES.

O QUE É O CENESP

O CENESP - Centro de Excelência Esportiva, é uma entidade de desenvolvimento e aplicação de tecnologias de ponta na área esportiva com os propósitos de promover o desenvolvimento de novos talentos e desenvolver o esporte em escolas, clubes e na comunidade.

OBJETIVOS

Conjugar e convergir esforços em conjunto com as Instituições de Ensino Superior no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, em benefício da prática esportiva, visando o desenvolvimento, aplicação e transferência de métodos e tecnologias, inseridas na capacitação de recursos humanos e avaliação de atletas nas diferentes manifestações esportivas.
Disponibilizar instrumentos padronizados que possibilitem a detecção e o desenvolvimento de talentos esportivos em várias modalidades e categorias, incluindo os atletas portadores de deficiência.

AÇÕES

Avaliação de Atletas de Rendimento

- Objetiva auxiliar o controle, o planejamento e o aperfeiçoamento do desempenho esportivo.
- As avaliações compreendem em: avaliação médica; avaliação fisiológica; avaliação biomecânica; avaliação psicológica; avaliação das capacidades e habilidades motoras e avaliação fisioterápica.
- A idéia é traçar perfis de performance nas diferentes modalidades esportivas e definir indicadores para o planejamento, controle e orientação de programas de treino.

Detecção de Talentos Esportivos

A Rede Cenesp realiza avaliações com jovens e crianças durante campeonatos como os Jogos da Juventude e as Olimpíadas Colegiais, quando é possível a descoberta de esportistas em potencial.
Além disso, para o ano de 2002, pretende-se avaliar 100.000 crianças dos programas Esporte na Escola, Esporte Solidário e Brasil Potência Esportiva.

Estudos e Pesquisas Científicas e Tecnológicas para o Desenvolvimento do Esporte

Produção de conhecimento científico através do desenvolvimento de pesquisa na área de esporte.

Desenvolvimento Profissional

Cursos de especialização, módulos concentrados, educação continuada e ensino à distância, oferecido a professores de educação física, técnicos esportivos e profissionais do esporte.

Rede CEDES

O CEDES é uma ação programática do Ministério do Esporte, gerenciada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Esporte da Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e do Lazer.

Com estudos balizados por referenciais teóricos originários das ciências humanas e sociais e por meio da interlocução com grupos de pesquisa consolidados e/ou em processo de consolidação - vinculados a instituições de ensino superior e/ou institutos de pesquisa e sociedades científicas -, busca implantar novos grupos de pesquisa e estimular os já existentes a produzir e difundir conhecimentos voltados para a avaliação e o aperfeiçoamento da gestão de políticas públicas de esporte e de lazer.