sexta-feira, 8 de julho de 2011

Você sabe o que é Compulsão Alimentar Periódica?????

Este é um tema atual que está muito bem discutido no artigo de Marcelo Papelbaum e José Carlos Appolinário, intitutulado: "Transtorno da compulsão alimentar periódica e transtorno obsessivo-compulsivo: partes de um mesmo espectro?"

O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) é uma categoria diagnóstica recente e, apesar de classificado como um transtorno alimentar sem outra especificação, os seus critérios diagnósticos foram incluídos no apêndice B da DSMIV.
A característica central do transtorno são os episódios de compulsão alimentar (ECA), nos quais o paciente ingere uma quantidade excessiva de alimentos num curto intervalo de tempo, seguido de uma sensação de perda de controle sobre o seu comportamento alimentar. A delimitação do conceito do TCAP mostrou-se de grande utilidade clínica, diferenciando um subgrupo de pacientes obesos com características
psicopatológicas específicas. O TCAP pode ocorrer associado a várias condições clínicas e psiquiátricas. Apesar de pouco freqüente, a associação entre o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e o TCAP tem sido relatada. Alguns autores defendem a continuidade entre os dois, enquanto outros propõem a sua independência com relação a
aspectos psicopatológicos. McElroy5 propõe a inclusão do TCAP dentro do espectro
obsessivo-compulsivo. A comida e o peso como preocupações persistentes e o desejo de comer em excesso ocorrem de maneira incontrolável e ego-distônica, à semelhança dos pensamentos obsessivos do TOC. Já o episódio de compulsão alimentar per si se parece com um ato compulsivo. Os estudos sobre o tratamento farmacológico do TCAP demonstram que os inibidores seletivos de recaptura de serotonina (ISRS) são eficazes
na redução da freqüência dos ECA. Assim também, os sintomas do TOC parecem responder satisfatoriamente a esses agentes. As anormalidades na neurotransmissão serotoninérgica central que ocorreriam nos dois transtornos também favorecem
esse ponto de vista. Russel não concorda com o uso do termo compulsão na sua
descrição dos episódios de descontrole alimentar da bulimia nervosa, posição compartilhada por outros. O fato do TOC ocorrer de forma pouco freqüente nos pacientes com TCAP confronta-se contra a possibilidade deste ser uma forma variante
de TOC.4,5,11 Uma hipótese possível para associação entre esses dois transtornos é a de que os sintomas obsessivo-compulsivos sejam exacerbados pelo humor deprimido, muito freqüente em pacientes com transtornos alimentares. Os estudos farmacológicos já realizados evidenciaram uma resposta clínica satisfatória do TCAP a outros fármacos que não os ISRS. Stunkard observou redução na freqüência dos ECA com o
uso da dexfenfluramina em obesas com TCAP. Já McCann & Agras evidenciaram resposta semelhante com o uso da desipramina. Além disso, outras substâncias têm se mostrado
promissoras no tratamento do TCAP, como é o caso da sibutramina, um agente antiobesidade, inicialmente estudado como um antidepressivo, por sua ação serotoninérgica e noradrenérgica. No entanto, estudos clínicos não evidenciaram
eficácia antidepressiva. De forma diferente, não existe evidência de redução dos sintomas relacionados ao TOC com o uso dessas substâncias. O objetivo desse relato é ilustrar um caso em que um paciente apresenta os dois transtornos descritos acima e, como o tratamento específico para o TCAP resultou na melhora clínica deste, sem interferência no TOC.

Maiores informações: Rev Bras Psiquiatr 2001;23(1):38-40

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O uso de esteróides anabólico-androgênicos: há mais riscos do que benefícios

Os esteróides anabólico-androgênicos (EAA) são um grupo de compostos naturais e sintéticos formados pela testosterona e seus derivados. A testosterona é sintetizada desde 1935 e durante a 2ª Grande Guerra foi utilizada pelas tropas alemãs para aumentar a agressividade dos soldados. Seu uso terapêutico até esta época, restringia-se ao tratamento de pacientes queimados, deprimidos ou em recuperação de grandes cirurgias. Nos anos 50, foi utilizada sob forma oral e injetável no tratamento de alguns tipos de anemia, em doenças com perda muscular, bem como em pacientes pós-cirúrgicos para diminuir a atrofia muscular secundária.

Em 1939 foi sugerido que sua administração poderia melhorar a performance de atletas, mas a primeira referência ao uso de hormônios sexuais para melhorar o desempenho de atletas ocorreu em 1954 em um campeonato de levantamento de peso em Viena, e seu uso tornou-se difundido com este fim a partir de 1964. No Brasil, os EAA são considerados "doping", segundo os critérios da Portaria 531, de 10 de julho de 1985 do MEC1,6, seguindo a legislação internacional.

O uso ilícito dos EAA dá-se por atletas na crença de que essas drogas aumentam a massa muscular, a força física e a agressividade em competições, e diminuem o tempo de recuperação entre exercícios intensos. Também é descrito o uso pela expectativa de tratar ou prevenir lesões decorrentes da prática de esportes. Os EAA têm sido abusados, também, por não atletas com fins estéticos, pelo desejo de ganhar peso e melhorar a aparência sendo muitas vezes associados ao uso de álcool, cocaína e outras drogas ilícitas para promover agressividade. É particularmente perturbador o aumento da freqüência do seu uso entre os adolescentes10, conforme detectado em estudos internacionais.

Os EAA chegam ao Brasil provenientes dos Estados Unidos, Alemanha, Espanha, França, Argentina, Uruguai ou Paraguai com muita facilidade e sem qualquer tipo de fiscalização. De acordo com a Secretaria de Vigilância Sanitária, até hoje não há qualquer disposição legal ou regulamentar que imponha controle de comercialização e uso de tais substâncias, ou seja, o Brasil não tem legislação específica no controle sobre anabolizantes. Em reunião realizada dia 6 de novembro de 1997, o Conselho Federal de Entorpecentes (CONFEN) propôs que os EAA sejam avaliados pelo Ministério da Saúde para posterior medidas por parte das autoridades quanto ao controle mais rígido da comercialização e importação dos produtos farmacêuticos que os contém. Também foi proposto que o Ministério Extraordinário dos Esportes promova campanha nacional de esclarecimento das conseqüências do uso e abuso dos EAA e a realização de exames anti-doping nas competições nacionais.

Em nosso meio, no Serviço de Informação de Substâncias Psicoativas (SISP), o número de solicitação de informações sobre os EAA vêm crescendo gradativamente, pois o uso indevido tem sido encontrado entre frequentadores de academias de musculação, atletas de halterofilismo, pessoas de baixa estatura, na tentativa de melhorar a aparência, ou com o fim de melhorar a performance sexual ou para a diversão. No entanto, o uso abusivo e indiscriminado pode ocasionar efeitos colaterais graves, os quais são desconhecidos por muitos usuários. Este trabalho tem como objetivo contribuir para divulgar informações sobre tais substâncias.

Maiores informações: M.L.Z. Lise; T.S. da Gama e Silva; M. Ferigolo; H.M.T. Barros. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.45 n.4 São Paulo Sept./Dec. 1999.
site: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v45n4/45n4a14.pdf

Atividades do Núcleo de Extensão do NEFCS


CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA – UFPE
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES
ATIVIDADES DA EXTENSÃO

No dia 30/06/2011 foi realizado um torneio de futsal masculino pré-mirim, envolvendo 04 equipes (02 equipes representadas pela extensão do CAV, 01 equipe representando o bairro de Jardim São Paulo do Recife e 01 representando o Bairro da Bela vista de Vitória), sagrou-se campeã a equipe A do projeto de extensão do CAV, obtendo a segunda colocação a equipe da Bela vista de Vitória.
Significativa também foi a integração de todas as crianças, o experimento de alguns valores que a competição propicia, a participação dos estagiários (acadêmicos) do curso de bacharelado em Educação Física no comando das atividades, que ficaram sob a coordenação dos professores Iberê Caldas  e Marcelus Almeida.

No dia seguinte (01/07/2011), os departamentos de Ensino e a Extensão do Núcleo de Educação Física e Ciências do Esporte realizaram um festival de atividades recreativas e esportivas envolvendo todas as crianças participantes do projeto de extensão do CAV, como encerramento das disciplinas Estudos Práticos (Atletismo e Ginástica, Handebol e Basquete, Natação e Judô), mas uma vez a prática do esporte participação tomou conta do ginásio de esportes do CAV. Trabalharam nesta atividade os alunos do 1⁰ e 2⁰ períodos do curso de Bacharelado em Educação Física do CAV supervisionado pelos professores Marco Fidalgo, Marcelus Almeida, Iberê Cladas e Ary Gomes.  

Salientando que a participação dos alunos do Curso de Educação Física e dos Professores foram muito importante para o desenvolvimento da pratica!!!!

Como os ácidos graxos (gordura) podem ser utilizados durante o exercício físico? qual a intensidade? qual a duração? qual o tipo?

Estas são questões interessantes na área de educação física que estão muito bem discutidas no artigo dos Profs Rui Curi, Cláudia J. Lagranha, Jair Rodrigues G. Jr, Tania Cristina Pithon-Curi,Antonio Herbert Lancha Jr, Ídico L. Pellegrinotti e Joaquim Procopio.
Vejam o resumo abaixo e para acessar o artigo completo só é clicar no link (http://www.scielo.br/pdf/abem/v47n2/a05v47n2.pdf)

Ciclo de Krebs Como Fator Limitante na Utilização de Ácidos Graxos Durante o Exercício Aeróbico

Os ácidos graxos (AG) representam uma fonte importante de energia
durante exercícios de intensidade leve ou moderada, e principalmente naqueles de duração prolongada. A utilização dos AG pelos músculos esqueléticos depende de passos importantes como a mobilização, transporte via corrente sangüínea, passagem pelas membranas plasmática e mitocôndrial, β-oxidação e, finalmente, a oxidação no ciclo de Krebs e atividade da cadeia respiratória. O exercício agudo e o treinamento induzem adaptações que possibilitam maior aproveitamento dos AG como fonte de energia, ao mesmo tempo em que o glicogênio muscular é preservado. Contudo, as tentativas de manipulação da dieta e suplementação com agentes ativos para aumentar a mobilização e utilização dos AG durante o exercício não apresentam resultados conclusivos. Nesse trabalho, a hipótese de que o ciclo de Krebs é o fator limitante da utilização de ácidos graxos pelo tecido muscular no exercício prolongado é apresentada.
(Arq Bras Endocrinol Metab 2003;47/2:135-143)

terça-feira, 5 de julho de 2011

Evolução da pesquisa epidemiológica em atividade física no Brasil: revisão sistemática

OBJETIVO: Descrever a evolução da pesquisa epidemiológica em atividade física no Brasil.
MÉTODOS: Revisão sistemática da literatura, realizada em bases de dados eletrônicas (Medline/PubMed, Lilacs, Ovid, Science Direct, BioMed Central e High Wire), em periódicos nacionais não indexados, por busca específica por autores e contato com pesquisadores. A seleção dos artigos teve como critérios de inclusão: amostra representativa de alguma população definida; tamanho da amostra de pelo menos 500 indivíduos; coleta de dados realizada no Brasil; mensuração de atividade física e relato dos resultados com base nessa variável.
RESULTADOS: Foram incluídos 42 estudos. O primeiro artigo foi publicado em 1990, observando-se tendência de aumento de publicações a partir de 2000. Foi detectada disparidade regional nas publicações, com concentração de estudos nas regiões Sudeste e Sul. A maioria dos estudos (93%) utilizou questionários como instrumentos de pesquisa, cujos conteúdos variaram, assim como as definições operacionais de sedentarismo, dificultando a comparação dos resultados.



Constatou-se que em nenhum momento histórico a prática de atividades físicas esteve tão presente na agenda de saúde pública e no debate acadêmico da área da saúde como nos últimos anos. No entanto, são apontados diversos desafios, principalmente no que se refere à metodologia dos estudos.

Os dados da presente revisão indicam crescimento da pesquisa em epidemiologia da atividade física no Brasil, o que é um achado importante. Por outro lado, claras "desigualdades" são evidentes. Existe, por exemplo, uma concentração de estudos nas regiões Sul e Sudeste. A carência de dados nas demais regiões é preocupante, visto que os níveis de atividade física e fatores associados podem variar de acordo com a localização geográfica, limitando a generalização dos resultados das pesquisas. É preocupante, por exemplo, a escassez de dados das regiões Centro-Oeste e Norte, o que é observado também em outras áreas do conhecimento.

O aumento da produção científica em atividade física e saúde no Brasil, a partir de 2000, coincide com a inserção da educação física na área de saúde.* Outro aspecto a ser considerado é que a inserção de profissionais de educação física nos cursos de Pós-graduação em Saúde Coletiva e áreas afins também cresceu nos últimos anos.

Apesar do crescimento da literatura na área, não foi encontrado nenhum estudo de base nacional sobre o nível de atividade física. Tal investigação seria importante para que fosse possível comparar a prevalência e os fatores associados ao sedentarismo entre as regiões e estados do País, além de comparações com outros países. Um inquérito recente** avaliou a prática de atividades físicas na maioria das capitais brasileiras, encontrando prevalências de sedentarismo que variaram de 28% (Fortaleza e Belém) a 55% (João Pessoa). Um sistema de monitoramento dos níveis de atividade física da população brasileira seria essencial, e o estudo do Instituto Nacional do Câncer** poderia servir como linha de base para esse monitoramento.

Outro aspecto a ser destacado é que a maior parte dos estudos avaliou a atividade física de forma descritiva ou transversal, mostrando carência de estudos com outros delineamentos – coorte, caso-controle e intervenção. Também são necessários estudos sobre os efeitos em longo prazo da prática de atividade física sobre a saúde. Isso porque a extrapolação dos dados obtidos em pesquisas desenvolvidas em países ricos para o Brasil deve ser realizada com cautela. Estudos nacionais mostram que o padrão de atividade física dos brasileiros é diferente do observado nos Estados Unidos, Austrália e diversos países europeus (onde a maior parte do conhecimento na área é produzido). No Brasil, as atividades físicas realizadas no deslocamento para o trabalho, no próprio trabalho e nos serviços domésticos são mais freqüentes do que os relatos de países ricos, onde a maior parte da atividade física total ocorre no tempo de lazer.27 Estudos nacionais devem levar em consideração ainda que os fatores associados à atividade física no lazer são diferentes dos observados para a atividade física total. Por exemplo, enquanto os pobres são menos ativos no lazer,7,32 eles têm um maior nível de atividade física nos outros domínios.15

Com relação aos instrumentos de mensuração de atividade física, os questionários foram os mais utilizados. Apesar de vantagens importantes, como o baixo custo e a rapidez na obtenção dos dados, os questionários são métodos subjetivos e, portanto, com maior margem de erro quando comparados a medidas mais diretas do nível de atividade física. A determinação correta do nível de atividade física a partir de questionário sempre depende da capacidade do indivíduo de recordar as atividades físicas realizadas durante um período de tempo (por exemplo, nos últimos sete dias, no último mês). Além disso, os questionários empregados deveriam ser preferencialmente validados, para minimizar erros de mensuração. Entretanto, a maioria dos estudos analisados no presente trabalho utilizaram questionários não validados, e os dados sobre validade e repetibilidade dos instrumentos são raramente apresentados e discutidos nos artigos.

O IPAQ é um questionário para coletar dados comparáveis de atividade física em diferentes contextos4 e o Brasil foi um dos países incluídos na elaboração e validação deste instrumento. Apesar da existência de um estudo multicêntrico de validação do IPAQ,4 a forma de análise desse estudo foi contestada por pesquisadores brasileiros,16 de modo que ainda são necessários novos dados de validade e repetibilidade. Especificamente, estudos sobre o desempenho do IPAQ para mensuração de níveis de atividade física de brasileiros utilizando métodos diretos (acelerômetros, pedômetros) como padrão-ouro são fundamentais. No entanto, apesar dessas limitações, o IPAQ tem vantagens em comparação a outros instrumentos, principalmente no que se refere à possibilidade de comparabilidade entre os estudos, exatamente uma das principais limitações da literatura na área detectadas na presente revisão.

Nesse sentido, dois dos principais achados da presente revisão foram a existência de 29 artigos utilizando questionários criados pelos pesquisadores e a utilização de 26 diferentes definições operacionais de sedentarismo. Apesar da relevância desses estudos, fica impossível comparar os dados. Dessa forma, conclui-se que embora a literatura em epidemiologia da atividade física venha crescendo quantitativamente no Brasil, limitações metodológicas dificultam a comparação entre os estudos. Isso torna imperativa a padronização de instrumentos e definições essenciais para o avanço científico da área. Espera-se ainda que estas considerações ajudem na evolução da pesquisa epidemiológica em atividade física no Brasil e na elaboração de políticas de conscientização e incentivo à prática da atividade física.


Maiores informações:Pedro Curi Hallal; Samuel de Carvalho Dumith; Juliano Peixoto Bastos; Felipe Fossati Reichert; Fernando Vinholes Siqueira; Mario Renato Azevedo
Rev. Saúde Pública v.41 n.3 São Paulo jun. 2007

Leiam este artigo porque é bem interessante
site: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v41n3/5808.pdf

domingo, 3 de julho de 2011

Fatores determinantes do desempenho na escalada esportiva: umas das contribuições da Professora Maria Augusta Kiss para o desenvolvimento das ciências

Este artigo foi publicado recentemente na Revista Brasileira de Medicina do Esporte por Rômulo BertuzziI ; Flávio de O. PiresI ; Adriano E. Lima-SilvaI ; João F. L. Gagliardi ; Fernando R. De-Oliveira.

A escalada esportiva surgiu no início da década de 1980 como uma forma de treinamento físico e técnico para os escaladores de alta montanha. Porém, com o decorrer dos anos, ela ganhou os seus próprios adeptos, sobretudo devido à sua maior acessibilidade quanto comparada com as escaladas alpinas. Durante as ascensões de rotas de escalada esportiva, os atletas devem alcançar o ponto mais alto de uma determinada rota sem fazer uso de apoios artificiais. Segundo a Federação Internacional de Escalada Esportiva, atualmente mais de 45 países participam regularmente de competições indoor realizadas em âmbito continental e mundial. Consequentemente, diversos trabalhos foram conduzidos no intuito de se analisar as variáveis morfofuncionais responsáveis pelo sucesso desses atletas. Nesse sentido, o objetivo deste artigo de revisão foi abordar os principais fatores determinantes do desempenho na escalada esportiva.

A maioria dos trabalhos descritos neste estudo fez parte de uma das orientações da Professora Doutora Maria Augusta Peduti Dal' Molin Kiss(1), a qual nós mencionaremos respeitosamente neste texto de Profa. Kiss. A "Escola Kiss de Orientações" deu início no ano de 1981 e formou, até o momento, 27 mestres e 12 doutores que hoje desempenham papéis importantes no cenário acadêmico nacional. Nesse momento, mais um ciclo da sua carreira se completa, o que resultou neste trabalho de revisão, em homenagem por ocasião da sua aposentadoria. Todavia, a escolha do tema para este artigo não foi uma missão fácil, haja vista que a Profa. Kiss atuou em diversas áreas correlatas ao desempenho esportivo. Ela orientou trabalhos importantes em esportes contínuos e intermitentes a partir de abordagens bioenergéticas, neuromotoras, morfológicas e do sistema autonômico. Certamente, essa abrangência dificulta a apresentação sucinta e objetiva das suas contribuições em um único trabalho. A escolha da escalada esportiva como tema da presente revisão não se deu apenas em virtude da nossa familiaridade com o tema(1-3), mas também devido a uma carência de artigos sobre esse esporte. Portanto, além de prestar uma homenagem à Profa. Kiss, nós pretendemos cobrir uma lacuna científica existente na literatura nacional acerca da escalada esportiva. Neste artigo de revisão serão apresentadas as relações entre variáveis morfológicas, funcionais e o desempenho na escalada.

Rev Bras Med Esporte vol.17 no.2 Niterói mar./abr. 2011