quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Proteína leva Parkinson para Células Nervosas

E pode ser o novo alvo de tratamento para desacelerar a doença.

Equipe comandada por Virginia Lee, neurobióloga da University of Pennsylvania na Filadélfia, injetou uma versão sintética e proteína α-sinucleína nos cérebros de ratos normais e observou o aparecimento e o agravamento progressivo das principais características da doença de Parkinson. O estudo, publicado em 15 de novembro na Science, sugere que a doença se espalha de uma célula nervosa a outra por uma proteína malformada, em vez de surgir espontaneamente nas células.

A descoberta indica a possibilidade usar um anticorpo que se ligue à α-sinucleína defeituosa quando ela passa de uma células nervosa a outra. “É muito difícil pedir aos anticorpos não apenas que entrem no cérebro, mas que entrem em células”, observa Lee. “Mas agora temos a possibilidade de deter a disseminação. E se pararmos a disseminação, talvez consigamos desacelerar a progressão da doença”.

A ideia de que o Parkinson pode ser disseminado de neurônio para neurônio por uma proteína descontrolada decolou em 2008, quando transplantes de tecido nervoso fetal feitos em pacientes com a doença apresentaram células com os aglomerados característicos da doença. Isso indicou que as células vizinhas doentes tinham, de alguma forma, afetado o tecido transplantado. Estudos subsequentes mostraram que a α-sinucleína pode se espalhar entre células adjacentes e provocar a morte celular.

Permanecia, no entanto, a questão sobre se a α-sinucleína era responsável pela cascata de danos observada no mal de Parkinson. Lee declara que ela e sua equipe agora conhecem as consequências do trânsito de α-sinucleína no cérebro.

“Sabíamos que a transferência de α-sinucleína de uma célula para outra poderia acontecer, mas não sabíamos se ela poderia ter um papel significativo na doença”, observa Tim Greenamyre, diretor do Instituto Pitsburgh para Doenças Neurodegenerativas na Pennsylvania, que não se envolveu no último trabalho. 

Disseminação insidiosa

O mal de Parkinson tem duas características distintas: células nervosas com aglomerados de proteína chamados de corpos de Lewy e uma perda dramática de células nervosas que produzem o mensageiro químico dopamina. Quando a equipe de Lee injetou a α-sinucleína defeituosa em uma parte do cérebro de ratos rica em células produtoras de dopamina, verificou que começaram a se formar corpos de Lewy. Isso foi seguido pela morte de neurônios de dopamina. De acordo com os pesquisadores, células nervosas que se ligavam às células próximas do local da injeção também desenvolveram corpos de Lewy, um sinal de que a transmissão célula-a-célula estava acontecendo.

Quer saber mais, acesse : 
http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/dobramento_inadequado_de_proteina_transmite_parkinson_de_celula_para_celula.html

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