sábado, 30 de julho de 2011

Repercussão no aparelho locomotor da prática do judô de alto nível

1) Sobre o judô

Os primórdios da origem do judô perdem-se na penumbra dos tempos. A crônica antiga do Japão (Nihon Shoki), escrita por ordem imperial no ano de 720 de nossa era, menciona a existência de certos golpes de habilidade e destreza utilizados nos combates corporais e também como complemento da força física e mental. As técnicas de ataque e defesa utilizadas na época guardam semelhança com os golpes contemporâneos do sumô e do antigo jujutsu. Não havia regras de combate e as lutas poderiam desenvolver-se até a morte de um dos competidores. Foi em 1882 que o judô teve sua origem oficial com a padronização de normas com a finalidade de tornar o aprendizado mais fácil, bem como o estabelecimento de regras para um confronto esportivo.
O executor dessa proeza foi um verdadeiro estudioso do antigo jujutsu, mas que discordava do espírito de “lutar até a morte” preconizado, achando que uma atividade física deveria servir, em primeiro lugar, para a educação global dos praticantes. Seu nome era Jigoro Kano, o pai do judô. A partir de então o judô, designado “caminho suave”, difundiu-se dentro e fora do Japão e, com modificações, foi adquirindo novas regras de combate que o modernizaram, tornando-o mais fácil de ser entendido pelos espectadores.

2) O judô como esporte olímpico
O judô surgiu nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964, inicialmente com apenas três categorias conforme o peso e mais uma categoria aberta (absoluta). Foi em 1974 que a FIJ (Federação Internacional de Judô) introduziu as novas regras do judô, com o objetivo de torná-lo mais dinâmico, dando mais ação às lutas e tornando mais fácil a assimilação pelo público leigo. Essas novas regras passaram a vigorar a partir dos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, contribuindo para melhorar sobremaneira a imagem do judô como esporte internacional e quando foi introduzida a divisão em sete categorias conforme o peso, que vigora até hoje. O judô na Ásia, Europa, América do Norte (EUA e Canadá)e América do Sul (Brasil e Argentina) é hoje amplamente difundido nos meios esportivos, sendo quase um esporte profissionalizado em alguns países como França, Alemanha, Bélgica, Itália e outros.

3) O atleta de judô
O judô é uma arte marcial que, por não permitir técnicas de socar e chutar, caracteriza o fator força como de extrema importância, com inegável sobrecarga do sistema músculoesquelético. Apresenta também uma característica singular por aceitar ampla variedade de biótipos entre seus competidores; atletas altos e baixos, leves e pesados, brevilíneos e até longilíneos são vistos em treinamento. Apesar dessa ampla variedade, o esporte seleciona e desenvolve no praticante algumas características comuns, tais como equilíbrio, agilidade, força estática de membros superiores e explosão de membros inferiores, assim como capacidade aeróbica e anaeróbica. O Brasil tem tradição nesse esporte, que começou com a imigração dos primeiros professores japoneses no início do século, desenvolvendo um trabalho de ensino nos moldes do judô tradicional.Tendo sido praticado inicialmente pelos descendentes de japoneses que vieram ao Brasil e rapidamente difundido entre os brasileiros, hoje o país tem grande expressão em nível mundial, bem demonstrada pelos resultados obtidos em torneios internacionais, campeonatos mundiais e Olimpíadas. O elevado número de praticantes, uma representatividade importante de seus atletas em competições regionais, nacionais e internacionais, e os problemas relacionados às lesões que afetam os atletas deste esporte, levaram-nos à execução este trabalho.


Maiores informações: JOÃO GILBERTO CARAZZATO, HENRIQUE CABRITA, WAGNER CASTROPIL. Rev Bras Ortop _ Vol. 31, Nº 12 – Dezembro, 1996.

Site do artigo: http://www.rbo.org.br/1996_dez_57.pdf

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